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Dia 02 de setembro de 2018

“ANSIEDADE: MOVIMENTO SEM PROGRESSO.”
(Pr. Joversi Ferreira)

    A melhor ilustração sobre ansiedade que já ouvi é a da cadeira de balanço. Ótima para um descanso e até mesmo para um cochilo, a cadeira de balanço não possui serventia como meio de locomoção. Ela possui bastante movimento. Para frente, para trás, para frente para trás... faz com competência aquilo para o que foi criada. E é só. Tanto movimento possui zero de progresso. Especialmente aquelas que se apoiam sobre uma base de quatro pés e sobre ela faz o seu movimento. 
    Tal e qual é a ansiedade. Não é à toa que temos aquela imagem clássica da pessoa andando de um lado par ao outro, “gastando o chão “ à espera de algo.
    Ansiedade tem a ver com controle. Especialmente, a perda dele. Tem a ver com a sensação ruim de não termos mais o volante em nossas mãos. O que é ridículo porque se pensamos bem, nunca o temos. Um minuto estamos aqui, muito bem, e no outro algo ruim acontece. Sem aviso, sem preparação.
    A questão é que quando as coisas estão dentro da nossa capacidade, nos iludimos com um falso senso de controle. Algo que não acontece quando elas claramente fogem das nossas mãos
    Em Filipenses, encontramos Paulo encarcerado e sem saber qual seria sua sentença definitiva. Tente se colocar no lugar dele. Seu cônjuge, filho ou pais, além de amigos, do lado de fora sem saber o que poderá acontecer com você. E não me refiro a alguma pena longa. Era uma questão de vida ou morte. Contudo, Paulo é o oposto da ansiedade, do nervosismo ou do descontentamento. De fato, quem não prestar atenção à carta ou não conhecer seu pano de fundo, não saberá que ele está preso.
    Para mim, três atitudes determinam o estado de Paulo.
    1.) A atitude de oração dependente: em Filipenses 4.6, ele nos diz “Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus.” Essa atitude dependente possui uma manifestação externa e prática: a oração. Paulo literalmente cita “ansiedade” e as práticas de oração no mesmo contexto. O imperativo sobre não andar ansioso “por coisa alguma” é seguido de uma alternativa “mas, em tudo” recorram a Deus em oração grata. O andar de um lado para o outro é da cultura da ansiedade; o dobrar de joelhos é a esfera da dependência da oração.
    Algo que pode passar desapercebido é que as ações de graças, isto é a gratidão vai junto com a petição. Nada foi necessariamente ainda respondido. Acabamos de clamar. Mas, já adoramos, louvamos, agradecemos ao nosso amado e amoroso Senhor. Esta é uma oração de fé!
    2.) A atitude de mente renovada: em Filipenses 4.8, ele nos diz “Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas.” - Calma, não se trata de algum método de “pensamento positivo”. Sim, é encher nossa mente daquilo que é bom e edifica, mas baseado no ensino de Paulo, sabemos que Cristo e a Sua Palavra são a fonte e a base de tais pensamentos. É, em especial, encher nossas mentes das promessas de Deus e da lembrança da nossa identidade em Cristo. Que somos dEle e Ele tem nossas vidas sob Seu controle!
    3.) A atitude de contentamento: em Filipenses 4.12, ele nos diz “Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade”. A ansiedade é fruto de uma vida sem oração grata e dependente que está inconformada com as circunstâncias pelas quais passa. O contentamento é, por outro lado, fruto de oração grata e dependente que declara “O Teu querer é melhor!”.  Não se trata de resignação, nem mesmo de conformismo. Estes levam à uma vida apática, sem brilho e sem alegria.
    Algo totalmente diferente de dois efeitos que vemos na vida de Paulo. Primeiro, as três atitudes produzem PAZ! Nos versos 4.7 e 4.9, Paulo faz um “sanduíche” tendo “O Deus da paz” e  a “paz de Deus” envolvendo esta vida de oração dependente e mente renovada. Em meio a isso tudo, em 4.4., ele ainda havia dito, “Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi: Alegrem-se!”. Ou seja, ALEGRIA. Paz e alegria faz o homem encarcerado, viver em ansiedade, antes, o faz viver na dependência de uma mente renovada e uma vida de contentamento.
    Finalizando... “Tudo posso nAquele que me fortalece”. Eis a fonte de força e poder do cristão. Não de métodos artificiais ou repetições vazias de práticas religiosas. Mas, o poder do Espírito que enche de Graça aqueles que passam pela mesma escola que Paulo. A escola do progresso fora da ansiedade. 
    Pare agora mesmo e coloque a fonte amarga, vil, cruel e escravizadora da sua ansiedade diante de Deus em oração. E, bem-vindo à turma 101 desta escola.

Dia 16 de setembro de 2018

“QUANDO PERDEMOS O FOCO.”
(Pr. Joversi Ferreira)

    1 Em meu livro anterior, Teófilo, escrevi a respeito de tudo o que Jesus começou a fazer e a ensinar, 2 até o dia em que foi elevado aos céus, depois de ter dado instruções por meio do Espírito Santo aos apóstolos que havia escolhido. 3 Depois do seu sofrimento, Jesus apresentou-se a eles e deu-lhes muitas provas indiscutíveis de que estava vivo. Apareceu-lhes por um período de quarenta dias falando-lhes acerca do Reino de Deus. 4 Certa ocasião, enquanto comia com eles, deu-lhes esta ordem: “Não saiam de Jerusalém, mas esperem pela promessa de meu Pai, da qual falei a vocês. 5 Pois João batizou com, mas dentro de poucos dias vocês serão batizados com o Espírito Santo”. 6 Então os que estavam reunidos lhe perguntaram: “Senhor, é neste tempo que vais restaurar o reino a Israel?” 7 Ele lhes respondeu: “Não compete a vocês saber os tempos ou as datas que o Pai estabeleceu pela sua própria autoridade. 8 Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até os confins da terra”.

    No texto inicial da segunda obra de Lucas, encontramos ainda um problema de discernimento por parte dos discípulos. A visão deles ainda era muito imediatista e nacionalista. Havia pouca percepção de um quadro maior e mais amplo. De um quadro redentivo e missionário.
    No verso 1, temos a menção ao Evangelho de Lucas, onde é relatado o que “Jesus começou a fazer e a ensinar”. “Começou” porque o livro de Atos seria a continuação do ministério de Jesus, porém, agora, através dos apóstolos e discípulos.
    Nos versos 2e 3, aprendemos que os dias em que esteve com os Seus depois da ressurreição foram de “instrução”. Havia muito que eles precisavam aprender. Ele estava vivo e aqueles quarenta dias tinham objetivos claros no preparo deles. Mesmo assim, não era um aprendizado fácil. Havia muito a ser “re-programado”, muitos paradigmas a serem quebrados e substituídos por um entendimento mais claro dos planos proféticos de Cristo.

    O verso 4 e 5 começam a nos dar a prova disso. Jesus lhes dá uma ordem para permanecer em Jerusalém e que esperassem pela promessa dada pelo Pai. A promessa era o Espírito Santo. Em João 14.16-17, Jesus lhes havia dito, “E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Conselheiro para estar com vocês para sempre, o Espírito da verdade. O mundo não pode recebê-lo, porque não o vê nem o conhece. Mas vocês o conhecem, pois ele vive com vocês e estará em vocês.” No verso 26, Ele chama o Espírito Santo de Parákletos, isto é, “Conselheiro, Consolador, Aquele que chama ao lado [para guiar]”.
    É de se esperar diante disso e de tudo mais que eles haviam ouvido sobre o Ruah Kadosh (no hebraico), o Pneuma Hagiós (no grego) que aquela aviso/ordem dada pelo Senhor fosse causar um enorme impacto e expectativa. Mas, o foco deles estava off. Estavam desfocados mesmo depois de quarenta dias ouvindo sobre o Reino.
    Fizeram sua própria "eisegese", sua própria interpretação do que Jesus havia falado sobre o Reino e perguntam movidos por ansiedade. No verso 6, perguntam a Jesus sobre a restauração do Reino a Israel. Pegaram o conceito, mas apenas parte dele. O Reino será realmente restaurado no fim dos tempos (Dn 12.13). Mas, certamente haviam sido instruídos da dimensão maior do Reino. De como ele preenche tudo e alcançaria pessoas de todo o mundo trazendo-os pra dentro através da pregação do Evangelho.
    Por isso tudo que a resposta de Jesus (v.7-8) é tão contundente. Jesus lhes diz algo como “O cronograma de Deus não é da conta de vocês; não é aquilo que lhes importa agora e não é para seu conhecimento. Deus tem um tempo onde restaurará o Reino a Israel, mas agora, estamos em outra parte do meu plano profético”.
    Então, Jesus dá o esboço da missão: bem perto, não tão perto e bem longe. O verso 8 possui esta progressão geográfica, mas também possui o caráter concomitante da missão: “em... em... até”. Cada cristão está debaixo deste mandato do Deus em missão. Ele está indo em busca dos Seus eleitos e os “auto-falantes” somos eu e você.
    E Ele nos envia na melhor companhia possível. Além de uns aos outros (a Igreja de Deus), vamos no poder do Espírito. Poder significa capacidade, autoridade e direito. Representantes capacitados, autorizados e oficiais do Rei do universo.
    Pare agora e coloque a sua vida diante do Senhor. Será que você precisa que seu foco seja ajustado e seus paradigmas revistos? Busque arrependimento de qualquer indício de desobediência ao mandato missionário de Deus. Retire todas as distrações e saiba se está ou não no mesmo foco de Deus.

Dia 09 de setembro de 2018

“O QUE CREIO E O QUE VIVO.”
(Pr. Joversi Ferreira)

    O hino 301 do Cantor Cristão diz, “Crer e observar, tudo quanto ordenar, o fiel obedece ao que Cristo mandar”. Uma letra que remete imediatamente às ordens e aos do Senhor sobre obediência.
    Em Lucas 6, o SENHOR nos diz, “Por que vocês me chamam ‘Senhor, Senhor’ e não fazem o que eu digo?” (v.46). A repentina entrada neste assunto sugere que Jesus vinha preocupado com esta característica da espiritualidade daqueles que o seguiam, isto é, o chamavam de “Senhor” com extrema facilidade, mas suas ações sugeriam outra coisa. Afinal, “Senhor” pode ser para nós apenas uma forma de tratamento que usamos para pessoas com as quais não temos intimidade ou pessoas mais velhas. Um chefe de 40 anos irá provavelmente chamar seu subalterno de 60 anos de “senhor”; e nem por isso o mais novo obedece ao mais velho.
    Porém, no contexto o texto acima, Jesus está usando a palavra Kúrios (κύριος) que denota “alguém encarregado ou no poder por meio de posse; dono; alguém em posição de autoridade; mestre”. Ou seja, não é uma mera forma de tratamento. E isso se comprova ainda mais pela expressão usada no final do versículo, “por que não fazem o que eu digo?”. A ordem aqui está ligada à palavra de Jesus. 
    O texto segue, e Jesus ilustra o ensino do verso 46 com uma das mais conhecidas figuras da Bíblia: a casa na rocha ou no chão.
    Primeiro, “Eu mostrarei com quem se compara aquele que vem a mim, ouve as minhas palavras e as pratica. É como um homem que, ao construir uma casa, cavou fundo e colocou os alicerces na rocha. Quando veio a inundação, a torrente deu contra aquela casa, mas não a conseguiu abalar, porque estava bem construída.” (v.47-48).
    A mensagem é simples. uma casa não possui firmeza em si mesma. Especialmente em uma época onde ela era literalmente apenas um amontoado de tijolos e argamassa. Não haviam colunas de ferro e concreto. Ela precisava “emprestar” a firmeza de um “ancoramento”. E a rocha embaixo era a âncora daquela casa. Tal empreendimento dá trabalho. Nem sempre a rocha estava a um palmo da superfície. Às vezes, era necessário cavar mais fundo; bem mais fundo para encontrá-la. E não havia alternativa. A firmeza da casa dependia disso. Até mesmo um carpinteiro considerava isso óbvio!
    A casa é provada pelas intempéries. Elas vem, passam, mas a casa fica.
    Segundo, “Mas aquele que ouve as minhas palavras e não as pratica é como um homem que construiu uma casa sobre o chão, sem alicerces. No momento em que a torrente deu contra aquela casa, ela caiu, e a sua destruição foi completa.” (V.49)
    Em uma comparação simples, Jesus fala da casa sobre o chão. Por mais compactado que seja, não se compara à rocha. Tanto que Mateus traduziu a pregação de Jesus do aramaico para o grego usando outra palavra  (areia, cf. Mt 7.26). Não há de onde “emprestar” firmeza, não serve como âncora para a casa, não resiste à chuva e aos ventos.
    Falando neles, como são presentes em nossas vidas! Nossa “casa” não está sempre debaixo do leve sol da primavera e da brisa suave. As intempéries virão! O “dia mau” (Ef 6.13) é um fato da vida. Porém, a Rocha está lá para nos dar a firmeza necessária desde que sejamos praticantes da Palavra.
    Toda a Sã Doutrina, toda a centralidade no Evangelho, todo ensino bíblico e toda a exposição bíblica e devocionais diários de nada servem se não produzirem vida em nós. E esta vida é a prática dos princípios, conselhos, ensinamentos da Palavra em toda e cada área de nossas vidas. Sem deixar nada de fora. É a lógica de cantarmos, orarmos e falarmos, “Kúriê!”, isto é, “SENHOR!”. É identificarmos os focos de rebelião (o contrário de submissão) dentro de nós, mortificarmos a carne e o pecado, e levarmos tudo cativos à obediência do nosso amado e amoroso Senhor e Mestre.
    Isso é não apenas uma de demonstração de submissão e obediência; é principalmente uma demonstração de amor (Jo 14.15)
Não há uma doutrina verdadeira que não tenha produzido boas obras. Payson afirmou sabiamente: ‘Se há na Bíblia algum fato, ou alguma doutrina, ou promessa que não tenha causado um efeito prático no seu temperamento ou no seu comportamento, fique ciente de que você não creu nisso verdadeiramente’. Todos os ensinamentos das Escrituras têm o seu objetivo e os seus resultados práticos. A verdadeira raiz de santidade está no evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. Temos observado uma moralidade admirável, uma integridade firme, uma doce pureza, e, o que é mais importante, uma santidade fiel, todas produzidas pelas doutrinas da graça.”- Charles  Spurgeon │ A Maior Luta do Mundo

Dia 23 de setembro de 2018

“DA SEDUÇÃO À MORTE.”
(Pr. Joversi Ferreira)

    13 Quando alguém for tentado, jamais deverá dizer: “Estou sendo tentado por Deus”. Pois Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta. 14 Cada um, porém, é tentado pelo próprio mau desejo, sendo por este arrastado e seduzido. 15 Então esse desejo, tendo concebido, dá à luz o pecado, e o pecado, após ser consumado, gera a morte. (Tiago 1)

    Tentações nos acompanham o tempo todo. Não há praticamente trégua. Às vezes, nem dormindo. Chegamos a sonhar coisas erradas e seguimos praticando-as, caindo em tentação, pecando.
    Mas, antes de olharmos o texto acima, vamos voltar um versículo: “Feliz é o homem que persevera na provação, porque depois de aprovado receberá a coroa da vida, que Deus prometeu aos que o amam.” (v.12) - O substantivo “provação” é da mesma raiz do verbo “[ser] tentado” do verso 13 e 14. Algo que nos leva a entender que Deus está, em última análise, por trás de toda provação, mas, de forma quase enigmática, não está por trás da tentação. Como assim? Apesar de Deus determinar a provação para o nosso bem, a busca interior pelo e para o mal não vem dEle.
    Deus estabelece a provação como meio de crescimento, teste, algo pelo que receberemos recompensa se formos aprovados. Ele sempre a provê no limite da nossa capacidade de resistência. Paulo declarou, “Assim, aquele que julga estar firme, cuide-se para que não caia! Não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos homens. E Deus é fiel; ele não permitirá que vocês  sejam tentados além do que podem suportar. Mas, quando forem tentados, ele lhes providenciará um escape, para que o possam suportar.” (1 Co 10.12,13) - Ou seja, nosso Pai sempre dá testes nos quais podemos passar e pelos quais a recompensa já está garantida e prometida. Neste caso, “a coroa da vida”.
    Então, como uma mesma palavra muda de significa, pelo menos no Português? Simples: quando o meu querer entra no jogo. Antes, se eu me mantivesse dentro da vontade de Deus, a ela submisso, eu venceria a provação e seria recompensado. Oras, o jogo é meio de “cartas marcadas”. Nosso Deus garantiu isso. A distância está dentro do que posso correr. A altura dentro do que posso pular. O peso dentro do que posso carregar.
    Porém, quando saio do Domínio da Vontade de Deus e entro com “ocupação” (ou invasão?) do Domínio da Vontade de Deus com a minha vontade, as coisas saem terrivelmente do controle. E, os versos 13 a 15 nos ensinam.
    1.) Nunca culpe a Deus. Ele não é quem está fazendo isso. Ele já lhe ajudou em tudo quanto podia. Literalmente, Deus é “intentável”, isto é, não há como ele participar para Si ou para nós no processo do pecar.
    2.) Sua tentação não pode ser “jogada” sobre ninguém. “Cada um é tentado” aponta para a solidão da tentação. Claro que podemos (e devemos) confessar nossas lutas a um irmão confiável. Porém, ao invadirmos a vontade de Deus com a nossa, rompemos nossa dependência de Deus e estamos sozinhos. É “Cada um”. Pelo menos por alguns instantes, até que o doce Espírito de Deus nos traga de volta `Pa sanidade do arrependimento e tomemos a mão estendida de Deus. No final, Ele sempre esteve ali.
    3.) A fonte da tentação é o seu mau desejo. O puritano Thomas Brooks disse, “Livra-me deste homem mau; eu mesmo”. Caímos porque negligenciamos o cuidado com a nossa carne. Ela não se converte, ela não desiste. Ela é má, maligna e inescrupulosa. Não há negociação com ela. Mesmo assim, brincamos com ela como quem brinca com fogo ou, pior, um animal selvagem.
    O final é o nascimento da morte. Interessante. Tiago usa algo ligado à vida para ilustrar a morte do pecado em nossas vidas.
    Mas, sabedores disso, levantemos nossa guarda. A luta é aguerrida e a batalha constante. Corramos livres dentro do Domínio da Vontade de Deus. Lá, somos filhos do Rei, o qual nos prova, para que sejamos participantes da Sua santidade e justiça. E porque nos ama.

Dia 30 de setembro de 2018

“A EXPANSÃO DO EVANGELHO.”
(Pr. Joversi Ferreira)

    “Quem falha em planejar, planeja falhar.” (autor desconhecido)

    Como que uma fé nascida entre pessoas sem grande importância social, em uma terra no Oriente Médio, dominada por estrangeiros, pôde chegar até... bem, até nós? Será que acaso e improviso tiveram algum papel nisso? Obviamente, sabemos que não, pois conhecemos o Deus Soberano a Quem servimos e  a Quem pertence o Evangelho. Portanto, se a frase supra citada for verdadeira, certamente nosso Deus é o Mestre Planejador, além de Executor.
    A expansão do Evangelho começa com uma ORDEM. Atos 1.8, ecoa as ordens de Mateus 28.18-20 e Marcos 16.15. Em nenhum lugar nestes textos, encontramos sugestões ou pedidos do Cristo Ressurreto. Muito pelo contrário, é um imperativo, é uma ordem. Esta ordem é inquestionável. É o plano de batalha e o objetivo de guerra dados pelo nosso Comandante e precisam ser encarados no melhor estilo “Missão dada é missão cumprida”. Não há “mas”, nem “porém”. Nosso Deus (e Cristo também, claro) nunca foi democrático ou diplomático. Não aceitou as desculpas de Moisés e Jeremias, no Antigo Testamento. Não perguntou as opiniões dos apóstolos e demais enviados, no Novo Testamento. O que nos faz pensar que somos de alguma forma especiais e estamos dispensados de tal ordem? Sinto informar a todos: não estamos.
    A expansão do Evangelho continua através de CAPACITAÇÃO. O Espírito prometido em João 14 e 16, relembrado em Atos 1.8, finalmente é derramado sobre os primeiros cristãos em Atos 2. E que diferença ele provoca na vida da Igreja. Tomemos o maior exemplo que é o apóstolo Pedro. 50 dias antes, Pedro passa pelo capítulo mais negro da sua história. Diante de serviçais e pessoas comuns, ele nega conhecer a Cristo, tal como O próprio havia predito. O evangelista nos diz que Pedro “Saindo dali, chorou amargamente” (Lc 22.62). Porém, agora em Atos 2, diante das evidências do sobrenatural sendo questionadas pelas multidões, “Pedro levantou-se com os Onze e, em alta voz, dirigiu-se à multidão” (At 2.14). Mais adiante, ele e João testemunham ousadamente diante do mesmo Sinédrio que havia assassinado Jesus pelas mãos dos romanos (At 4.19-20). O poder do Espírito capacita ao covarde, ao tímido, bem como ao que se acha “sem preparo”. A este poder está associado o poder do Evangelho! (Rm 1.16). Não precisamos de mais nada!
    Finalmente, o MEIO da expansão do Evangelho é feita pelos alcançados pelo Evangelho. Que coisa simples e genial! Quem mais do que aquele que fora curado poderia transmitir e propagar a cura para outros!? Fomos libertos da morte e do pecado, como não estender a chave que abre os grilhões a outras pessoas? Fomos alimentados pelo Pão do céu, como não saciar a fome de outras pessoas? Fomos dessedentados pela Água Viva, como não acabar com a sede de outras pessoas? Fomos trazidos da morte para a Vida, como não nos importamos com o estado de morte de tantos ao nosso redor.
    Parece algo óbvio, não? Porém, infelizmente, mesmo no primeiro século, a igreja precisou de um “empurrãozinho” da parte de Deus. Em Atos 8, depois do martírio de Estevão, uma grande perseguição irrompe e “Todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e de Samaria.” (At 8.1). Comentaristas dizem que 10 anos haviam passado desde Atos 1.8! E a igreja estava acomodada em sua “celeste” comunhão. Havia esquecido do Plano Mestre de Evangelismo dado por Jesus. Conseguiram o que parecia impossível: enclausurar o Evangelho dentro de Jerusalém. Rompido com isso... aberta a jaula... o Evangelho tal como um leão saiu a devorar, até que chegou a você. 
    Ordem, capacitação e meio. Tudo em seus lugares. Como você avalia a sua vida diante desse plano de expansão? Você está colaborando com ele ou tem-se oposto a ele? Em um ano que já está quase no final? Quem é a vida que sentiu a sua colaboração ou a sua oposição ao plano de Deus? Ore agora e responda ao Senhor ao examinar a sua vida.

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