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Dia 05 de março de 2017

"RETIRAR-SE OU NÃO RETIRAR-SE..."

    Sempre nesta época do ano, um debate (sem futuro, diga-se de passagem) ocorre entre cristãos evangélicos. Um lado defende que o Retiro é um tempo especial de consagração e quando o crente se afasta do mundo cheio de pecado e blá, blá, blá... O outro lado, defende que Jesus andou com pecadores e devemos evangelizar durante o carnaval. Em alguns casos, fazendo o mesmo que os foliões; com direito a bloco e tudo.
    O erro em tudo isso já começa em querermos impor às pessoas esta ou aquela atitude como sendo mais ou menos espiritual. Fazemos assim ao considerar quem vai para um retiro como mais “consagrado” ou, por outro lado, considerá-lo “sem amor pelas almas”.
    Antes de mais nada, vamos deixar claro que usar meios mundanos para alcançar as pessoas não é amor ao evangelismo; antes, é falta de sabedoria com aquilo que deveria ser uma marca da igreja: a diferenciação do mundo. A mensagem do Evangelho é algo alegre para uma situação miserável de pecaminosidade. Creio ser difícil comunicar isso em meio a adereços, repiques, samba no pé e fantasias. Então, deixo aqui categoricamente que esta questão está fora do que pode ser considerado por evangelismo.
    Isso posto, o evangelismo verdadeiro pode acontecer durante o Carnaval, bem como em qualquer época. Concentrar-se em fazê-lo no Carnaval e não evangelizar o resto do ano é uma tremenda hipocrisia. Mas, se está ocorrendo constantemente, parabéns pela decisão de levar o Evangelho também durante este tempo. 
    Épocas de eventos são boas oportunidades. Na Copa do Mundo e nas Olimpíadas, milhares de irmãos em Cristo encheram as cidades que receberam esses eventos e proclamaram as Boas Novas para pessoas de diversos países. Para algumas dessas pessoas, foi a primeira vez que ouviram do Evangelho. Uma iniciativa admirável, sem dúvida alguma.

    E apenas isso, uma iniciativa admirável. Discordar dela ou querer tirar um tempo para a família e para a família dos irmãos de sua igreja local é algo de cunho pessoal. Não faz de alguém menos dedicado ao evangelismo, nem mais consagrado.
    Ou seja, o evangelismo deve ser um estilo de vida. Deve nos acompanhar o ano todo e não depender apenas de “eventos” ou datas marcadas para ele acontecer. Nossas vidas devem ser eventos evangelísticos do dia de nossas conversões até o dia de nossas mortes. Ora, que nossas lápides possam pregar se possível for!
    Essa é mais uma razão que tirar um tempo de tempo com Deus e com Seu povo tem um grande valor. Vivemos o tempo todo em terreno inimigo. O mundo, sua cultura, sua ideologia estão na contra-mão do que cremos. Ou pelo menos do que deveríamos crer. Quando o mundo e tudo mais nos parecem familiares demais, alguma coisa está profundamente errada.
    Um retiro pode e deve ser usado como um tempo de edificação na Palavra e na comunhão com os irmãos. Não é um tempo de fuga. O que deixamos fora do retiro não é algo que nos ameace ao ponto de fugirmos dele. São as trevas que fogem da luz e não ao contrário.
    Então, os debatedores de redes sociais deveriam buscar assuntos mais relevantes e prementes. A igreja não está fugindo de nada, nem tão pouco se omitindo do evangelismo quando se afasta para estar junta. Nem mesmo ela é mais espiritual do que quem escolhe não ir e evangelizar naqueles dias.
    O que precisamos é evangelizar como estilo de vida e, também, reconhecer nossas necessidade de tempo à parte. Algo que Jesus mesmo fazia com Seus discípulos. Isso é uma reconhecimento da nossa fraqueza e dependência de Deus e dos irmãos. E serve de um grande preparo para o evento que é o ano todo em nossas vidas.

Dia 19 de março de 2017

"LIVRES"

    Na história humana, temos casos e mais casos de busca pela liberdade. Povos lutaram para saírem da opressão de outros povos. Escravos ansiaram pelo fim dos trabalhos forçados. Cidadãos de regimes totalitários desejaram (e alguns ainda desejam) ter condições de pelo menos poder ter uma opinião.
    Esses são casos extremos de cerceamento das liberdades individuais. Porém, mesmo depois de vencerem estes estados de escravidão, o conceito de liberdade para eles não é absoluto. Claro, o estado era muito melhor do que antes, mas não era uma liberdade absoluta.
    Livres da opressão estrangeira, os povos tinham leis próprias. Escravos libertos obedeciam agora às leis do seu novo país como cidadãos livres. E cidadãos que conseguiram seu direito democrático de volta sabem que devem obediência a autoridades estabelecidas por eles mesmos, quando no desempenho de suas funções.
    Na vida espiritual, não é diferente. E por vida espiritual, estamos falando daquilo que vai permear todas as demais áreas da vida de um indivíduo. E este e todos os indivíduos (incluindo, eu e você) nascem escravos (Rm 7.14). Nossas inclinações são irremediavelmente aprisionadas por nossos desejos, paixões e temores por causa do pecado. 
    Assim, mesmo sendo capazes de atos que refletem certa bondade e parecem ser livres, eles são nada mais do que relances da Graça de Deus na humanidade; às vezes, até mesmo agindo através da “espada” da Lei e da Ordem promovidas pelos outros homens.
    Retiradas todas as barreiras e inibições, a sociedade entraria em colapso. De nada adianta uma visão otimista de que o contrário é que aconteceria. Ou seja, que retirada todas as restrições, o homem produziria paz absoluta. Então..., onde está mesmo a tal liberdade? Em uma forma absoluta, ela seria o cataclismo da sociedade.
    Mesmo assim, o homem deseja ser livre. Mesmo sendo ele beneficiado diariamente pela ausência de liberdade absoluta.
    Retornando para o espiritual que permeia tudo, o que mais as Escrituras dizem sobre a “liberdade”?
    Jesus afirma categoricamente que a libertação que Ele promove é a verdadeira liberdade (Jo 8.36) e que os que estão fora dele estão presos pelo pecado ao qual voltamos repetidamente, comprovando, assim, a nossa escravidão (Jo 8.34).
    Paulo, então, esclarece que a obra de Cristo liberta nossas mentes dessa escravidão (Rm 7.25) e nos torna escravos da Lei de Deus, a qual é chamada exatamente de “Lei da Liberdade” (Tg 1.25). Porém, ela produz isso apenas naqueles que a obedecem.
    De novo, temos confirmado o conceito de que a liberdade absoluta é uma falácia e ficção. A melhor ilustração é o cercadinho do bebê. Lá, ele está protegido de tomadas elétricas, quinas de meses, janelas abertas e pequenos objetos. Lá, tudo é fofinho e planejado para oferecer o menor risco possível. Lá, ele pode pular, brincar, morder os brinquedos... enfim, ele tem sua “liberdade”, a qual inclui não poder sair e conferir se aquela tomada realmente dá choque.
    E mesmo lá dentro, a criança pode escolher fazer alguma coisa errada com a sua liberdade. Talvez, arrancar um pedaço do ursinho de pelúcia e ameaçar sua segurança o engolindo.
    Paulo adverte sobre não abusarmos da nossa liberdade (Gl 5.13) perdendo de perspectiva o serviço aos nossos irmãos. Ou perdermos essa liberdade (Gl 5.1) por voltarmos à escravidão do desempenho como meio de agradar a Deus, de voltarmos a sermos mortos pela letra (2 Co 3.6) e esquecermos que o Espírito já nos libertou dela (2 Co 3.17). Paulo ainda nos adverte que em amor diminuímos muitas vezes a nossa liberdade por causa dos que tem uma consciência fraca (1 Co 8.9).
    Em outras palavras, que coisa complexa é essa tal liberdade. Complexa e nada absoluta. Ela possui suas próprias regras; regras estabelecidas pelo amor. O amor ao meu próximo, irmão em Cristo ou não. E o amor ao meu Deus.
    Por amor a estes, nunca me deve ocorrer “sair do cercadinho”, e nem mesmo abusar dentro dele da minha liberdade. Pois, mesmo que não tenha liberdade absoluta, em Cristo sou sim verdadeiramente livre e livre de um jeito e maneira que me fazem sentir seguro nAquele sobre quem posso dizer, “__________ (insira seu nome aqui), escravo de Deus e do Senhor Jesus, que me amou e se entregou a Si mesmo por minha liberdade”.

Dia 12 de março de 2017

"VOCÊ É ESTA IGREJA: SE PRESENTEIE"

    Estamos chegando perto do nosso décimo quarto aniversário de fundação (dia 06 de abril) e nosso décimo segundo aniversário de organização (dia 09 de abril). Muita história passou diante dos olhos de boa parte de nós. Tivemos tempos difíceis, que pareciam quase o fim. Mas, tivemos recomeços e a Graça do Senhor nos trouxe de volta aos trilhos. 
    Na verdade, eu diria que nos trouxe para um lugar melhor do que estávamos antes. E, como em todo aniversário, presentes são de praxe. O que pode ser dado por mim e por você a esta igreja que aniversaria, e por tabela, ao Dono dela? o que poderíamos oferecer que nos levasse ainda mais adiante nesta bênção de igreja que temos recebido pela Graça de Deus?

    1.) NOSSA INTEGRIDADE DE VIDA:
    Sermos íntegros é mais do que o sermos honestos como diria o dicionário. Sermos completos e inteiros para Deus. Íntegros em santidade, íntegros em compromisso, íntegros com a Palavra de Deus e a oração, íntegros com ministérios para servir a Deus. Nossa igreja iria ganhar muito com este presente, pois iria ver cada membro amadurecendo enquanto servia.
    Muitos acham que o ministério é algo para “chamados” ou “vocacionados”. Esta é uma mentira valiosa para Satanás. Uma forma de manter as pessoas desculpadas. Afinal, elas estão apenas esperando serem convocadas. 
    A verdade é que o ministério (serviço) é o estado permanente do cristão. É ver uma necessidade e preencher a necessidade. Sermos uma comunidade de cristãos  íntegros nunca será uma realidade se eu não considerar que não frequento uma igreja, mas eu sou a igreja; em suas virtudes e defeitos.

 

    2.) NOSSO ESTILO DE VIDA DE ALCANÇAR VIDAS:
    Muitas igrejas se perdem em tantos eventos e acessórios que esquecem ou abandonam a essência do estarmos aqui; ou seja, sermos testemunhas, ganhar vidas e discipulá-las. Você tem investido em pelo menos três vidas como você foi desafiado a se envolver nas aulas sobre evangelismo? Você tem orado, clamado, investido tempo para ver Cristo sendo formado nelas, assim como alguém fez com você?

    Muitos cristãos se escondem atrás de cargos, até mesmo pastores. E apesar de realizarem coisas importantes, nada, jamais, suplantará a pregação do Evangelho. E essa tarefa não possui especialistas, craques ou mestres. Somos todos meras ferramentas para a participação do único Especialista, Craque e Mestre, isto é, o Espirito Santo. Nossa parte é pequena, mas aprouve a Deus salvar as vidas através da loucura da pregação; e Ele a entregou a nós.
    Agora, qual o nível de egoísmo de  alguém que alcançado pela Graça, através da instrumentalidade de outro ser humano, guarda para si, esconde em si, o tesouro em vasos de barro? O Evangelho que levamos em nós?
    Cristão, você não precisa de cursos, eventos ou treinamentos especiais. Isto não é sua profissão. Você precisa apenas abrir sua boca e proclamar o Evangelho. Deixe o resto com Ele.

    3.) NOSSA FIDELIDADE:
    Por mais que a obra seja feita com muita oração e a ação do nosso Deus através da ministração do Espírito Santo, Ele mesmo determinou a participação de cada servo dEle com seus bens. Dízimos, ofertas alçadas, ofertas pacíficas eram comuns no Antigo e no Novo Testamentos. O povo de Deus foi sempre apontado como um povo de liberalidade. Nossa igreja está crescendo, pensando em uma propriedade, visando novos ministérios, e além! Tudo isso exige recursos financeiros. E ainda, sua vida precisa ser abençoada no processo.    
    Enquanto muitos crentes são praticamente chantageados para que ofereçam até mais do que poderiam, temos sido ministrados na Palavra sobre gratidão e liberalidade, sobre amor à obra e visão do Reino. Não por barganha, mas por consciência de que nunca conseguiremos dar mais a Deus do que já recebemos dEle. 

Estes são alguns exemplos de como você pode presentear a sua igreja, a COMUNIDADE BATISTA VIDEIRA.

    Mas, espere um instante, presenteando a CBV, em última análise, você está presenteando a SI MESMO. Claro! Você é a igreja, e não um prédio, uma instituição ou um agrupamento! Você é parte fundamental do todo e o somatório de cada peça do quebra-cabeças é indispensável para que ele esteja completo e sua imagem seja apreciada.

    Então? Dará você os presentes à aniversariante?
    Escreva uma resolução pessoal que reflita uma melhora no seu papel nesta igreja local onde o Senhor lhe tem colocado. Ore antes e escreva com sinceridade e transparência.

Dia 26 de março de 2017

"A INUTILIDADE DOS ÍDOLOS"

    1 Coríntios 10. 19 “Portanto, que estou querendo dizer? Será que o sacrifício oferecido a um ídolo é alguma coisa? Ou o ídolo é alguma coisa?
    Existem vários tipos diferentes de idolatria. A idolatria clara de ser percebida com uma enorme ou pequena imagem na frente do adorador (mesmo que ele insista que é apenas um “venerador”) e aquela mais subjetiva onde as coisas mais normais e ordinárias da vida são transformadas em ídolos.
    Um dos fatos sobre um ídolo é que ele não possui valor algum. Em si mesmo, nada vale, nada contribui. E, não tendo valor algum, em nada ele aumenta o valor daquele que o adora. Na verdade, de certa forma, o ídolo diminui o valor daquele que o adora (Salmo 115.8, “Tornem-se como eles aqueles que os fazem e todos os que neles confiam.”). Mesmo que pareça ter valor para aquele que o adora, se trata de algo falso e fabricado. Um valor de vaidade. Adoramos um bem porque ele parece nos transferir maior destaque ou importância. Adorarmos uma pessoa porque ela parece aumentar nossa sensação de alegria e satisfação. Mas, de fato, nada disso é real e, na verdade, estamos adorando a nós mesmos. É apenas uma impressão conferida pelo imaginário da sociedade, ao qual aderimos por nossa própria vaidade.
    Os ídolos religiosos também são assim. Mesmo que por um lado haja uma dependência religiosa, por outro existe aquele senso de auto-satisfação, de auto-justiça. De se pensar, “poxa, como sou uma pessoa espiritualmente evoluída”. Quando, de fato, nenhum valor ou superioridade espiritual adveio daquele ídolo religioso. Muito pelo contrário, há um  embrutecimento e um endurecimento quanto às coisas espirituais porque deixamos de adorar ao Criador.
    Paulo também pergunta “o sacrifício oferecido a um ídolo é alguma coisa?”. A resposta à esta pergunta retórica é, obviamente, não. Algo dado a outro algo que não existe na prática fica destituído de qualquer valor. O sacrifício a Baal não podia aplacar a ira de um pedaço de pedra, nem conquistar o favor do coração de um deus... que coração não tinha. Quando nosso serviço que parece que é para Deus, mas, na verdade, é uma forma de idolatrarmos a nós mesmos e nos acharmos de alguma forma merecedores de alguma coisa, é realizado... jogamos fora nosso tempo e esforço.
    Mas, e quanto à Deus? A adoração é valorizada por causa dAquele que é adorado. Mesmo o menor sentimento ou gesto, o mais insignificante serviço ou atitude interior, é elevado em seu valor por causa do Senhor que é adorado. O valor não está no “sacrifício” ou na oferta; nem tão pouco no ofertante. Deus é o foco e o valor da nossa adoração.
    E quando nos vemos no que somos, i.e, miseráveis pecadores e vemos a Deus em Sua majestade e graciosa glória, podemos na adoração ser abençoados. Porque aquele senso de realização e aquele prazer que o bem idolatrado, que a pessoa idolatrada, foram incapazes de nos dar, nós podemos encontra-los em Deus.
    Como disse Agostinho, “Fizeste-nos para Ti e inquieto está o nosso coração enquanto não repousar em Ti." . Seu coração está inquieto? Certamente, outras coisas que não seja Aquele que é digno estão ocupando seu coração. Falta-lhe dizer “Ao Rei eterno, o Deus único, imortal e invisível, sejam honra e glória para todo o sempre.” (1 Tm 1.17), e repousar nEle.

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