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Dia 03 de setembro de 2017

“Caminhando no Salmo 119 - 18”
    Tsade (cada verso nesta sessão, começa em Hebraico com esta letra)

137 Justo és, Senhor, e retas são as tuas ordenanças.
138 Ordenaste os teus testemunhos com justiça; dignos são de inteira confiança! 139 O meu zelo me consome, pois os meus adversários se esquecem das tuas palavras. 140 A tua promessa foi plenamente comprovada, e, por isso, o teu servo a ama. 141 Sou pequeno e desprezado, mas não esqueço os teus preceitos. 142 A tua justiça é eterna, e a tua lei é a verdade. 143 Tribulação e angústia me atingiram, mas os teus mandamentos são o meu prazer. 144 Os teus testemunhos são eternamente justos, dá-me discernimento para que eu tenha vida.

    Muitas injustiças ocorrem ao nosso redor. Mesmo nosso coração é cheio delas. Assim, o salmista aponta para Deus como fonte de justiça e Sua Palavra como a forma de conhecê-la (v.137). Diante do que ele irá dizer neste texto, apenas o Senhor pode ser nosso ponto fixo de verdade e justiça. Qualquer outra pessoa, coisa ou ideologia seriam inúteis devido a quão volúveis são.
    Assim, ele coloca firmemente que o Senhor determinou! Quando olhamos para regras, leis e similares, todos estão debaixo da fragilidade da justiça humana; mas, não quando vem do Senhor. Estes são “dignos de inteira confiança!” (v.138). Oh, se encarássemos assim o que encontrássemos nas Escrituras a cada dia e obedecêssemos sem hesitar ou duvidar! Veja que o problema não são os conselhos das Escrituras; antes, o problema é nosso coração que ainda duvida diante de tal coluna absoluta de verdade. ele está apaixonado pelos mandamentos do Senhor e por estes mandamentos ele suspira (v.131). De novo: qual de nós experimenta tal paixão pela Palavra de Deus em nossas vidas?
    O salmista está de tal maneira embebido pelos ...ensinos do Senhor que o que lhe incomoda não é o que adversários fazem com ele, mas o ignorar dos mandamentos do Senhor (v.139). A oposição de tais adversários se torna secundária. Em primeiro lugar, está a obediência às Palavras do seu Deus. Palavras dignas de confiança. Ele vem comprovando em sua vida tal confiança (v.140); daí vem sua dificuldade de entender o porquê outros desprezam as ordenanças do Senhor. Oh, que maravilha é viver a Palavra de Deus e ver a vida dela ser exemplificada em nossa história! Olhar para nossa vida e dizer, “Isso é cumprimento da Palavra em minha vida!”. Além disso, ele encontra ainda mais um motivo pelo qual amar ao Senhor. Ele reconhece sua limitação, mesmo sua pecaminosidade, mas recorre aos mandamentos do Senhor para se manter firme (v.141). Que os filhos de Deus sempre lembrem que Ele não nos deixou sozinhos na nossa luta. Sua Palavra está entre as armas que Ele nos equipou.
    Tudo o que aprendemos na vida é passageiro e questionável, mas podemos usar adjetivos como “eterna” e declarar fatos como “é a verdade”, quando se trata da Palavra de Deus (v.142). Estes são os fundamentos da vida daquele que anda com o Senhor fielmente confiando em seus mandamentos.
    Porém, isso não significa uma receita de vida fácil. O salmista produz uma nota edificante ao dizer que mesmo em meio à “tribulação e angústia” ainda encontra prazer na Palavra de Deus (v.143). Que trágico é ver como muitos se endurecem e se isolam de Deus (como se tal fosse possível) quando passam por lutas. Enquanto isso, o salmista se refugia nos conselhos de Deus e encontra prazer. E em meio a lutas, ela nem sempre nos diz o que queremos ouvir, mas, o que precisamos ouvir, a fim de na justiça de Deus, e não na nossa, possamos ver com clareza as circunstâncias mesmo em meio a lutas e saber o que fazer. O nome disso é discernimento (v.144). E ele preserva a nossa vida. Enquanto muitos andam confusos e perdidos, se apegando à primeira ideologia ou filosofia de vida “de para-choque de caminhão” que cruza sua vida, aquele que desenvolve um discernimento advindo da eterna e justa Palavra de Deus pode andar em absoluta firmeza.
    Quais são os efeitos de firmeza e estabilidade que os conselhos da Palavra tem produzido em sua vida? Você tem resistido a eles? Você tem se endurecido e se isolado de Deus?

Dia 10 de setembro de 2017

“Caminhando no Salmo 119 - 19”
    Cof (cada verso nesta sessão, começa em Hebraico com esta letra)

145 Eu clamo de todo o coração; responde-me, Senhor, e obedecerei aos teus testemunhos! 146 Clamo a ti; salva-me, e obedecerei aos teus estatutos! 147 Antes do amanhecer me levanto e suplico o teu socorro; na tua palavra coloquei minha esperança. 148 Fico acordado nas vigílias da noite, para meditar nas tuas promessas. 149 Ouve a minha voz pelo teu amor leal; faze-me viver, Senhor, conforme as tuas ordenanças. 150 Os meus perseguidores aproximam-se com más intenções; mas estão distantes da tua lei. 151 Tu, porém, Senhor, estás perto e todos os teus mandamentos são verdadeiros.
152 Há muito aprendi dos teus testemunhos que tu os estabeleceste para sempre.

    Quando buscamos a face do Senhor, podemos esperar pela Sua reação, Sua resposta à nossa súplica (v.145); nosso Deus é um Deus que se relaciona, que deseja a comunhão com Seus filhos. Bem diferente de Baal “ignorando” os seus profetas no monte Carmelo. A dica do primeiro verso para esse ouvir de Deus, contudo, está na obediência. É tanto um efeito desse relacionamento, quanto um desejo crescente de obedecer ao Deus que nos ouve. Mas, aquele que desvia o seu coração de obedecer a Deus não deve contar em ser ouvido.
    Isto é algo tão importante, que o salmista repete o pensamento (v.146) ao reafirmar que diante das lutas que ele está passando a resposta dele à resposta do Senhor será (de novo) a obediência. Por mais que isso possa soar como uma barganha, uma troca, quero propor que não é isso. Antes, o salmista está reafirmando sua continuidade em honrar o Senhor com sua obediência diante da preservação da sua vida, além de fazer isso como um voto. Ora, quantas vezes pessoas que não obedecem passam  a buscar a Deus diante de luta? E basta receber a sua “benção” que viram as costas e esquecem do Abençoador. Usam Deus como um caixa automático para o qual não possuem senha ou saldo; mas se acham no direito de buscar no momento da aflição. Ademais, é preciso estar vivo para obedecer!
    Juntando à intercessão, temos a busca na Palavra (v.147) marcando a vida do obediente salmista, e até entram pelas madrugadas em meditação na Palavra (v.148). A determinação demonstrada é algo a se imitar como o padrão, o estilo das nossas vidas. Em tempos difíceis e em tempos de calmaria. O ponto aqui estes dois versos não é a cronologia, isto é, não é o horário em si. Não há nada de mais espiritual em “antes do amanhecer” ou “acordado nas vigílias de noite”. Muito menos, há algum mérito nisso como algum tipo de sacrifício. O que o salmista nos ensina é como a Palavra está como prioridade em sua vida, antes dos compromissos do dia e mesmo no lugar de um compromisso humanamente natural como o sono. Não é possível negociarmos o tempo com Deus, não é sábio o negligenciarmos.
    Mas, por que devemos buscar assim? Baseados em quê? O salmista nos responde, “pelo Teu amor leal” (v.149). Tudo o que vimos até aqui não se baseia em troca ou mérito por sermos tão dedicados à oração e à meditação na Palavra. Oh, que expulsemos de nós a maldição do mérito e do auto-merecimento, pois se trata sempre de Graça. É pelo amor leal de um Deus que se revelou a nós que clamamos e esperamos nEle! É o “amor leal” baseado em Suas alianças conosco; é no Sangue da Nova Aliança que descansamos na oração, no ser ouvido, na obediência, na confiança em Deus.
    A nossa resposta a um Deus assim é nos diferenciarmos daqueles que querem o nosso mal ativamente (como parece ser o caso do salmista) ou mesmo passivamente como é mais o nosso com o mundo perdido ao nosso redor (v.150). E enquanto eles parecem nos soterrar de tão próximos... nosso Deus está mais perto e Ele é verdadeiro no que nos ensina (v.151).
    Que aquilo que temos aprendido pelos anos, os mandamentos inabaláveis de Deus, seja uma constante em nossas vidas (v.152). E assim, quaisquer que sejam os inimigos, lutas ou problemas, que esses mandamentos sejam nossa rocha e fundamento, enquanto todo outro terreno nada mais seja do que lodaçal e areia movediça.

Dia 24 de setembro de 2017

“Caminhando no Salmo 119 - 20”
    Rêsh (cada verso nesta sessão, começa em Hebraico com esta letra)

153 Olha para o meu sofrimento e livra-me, pois não me esqueço da tua lei. 154 Defende a minha causa e resgata-me; preserva a minha vida conforme a tua promessa. 155 A salvação está longe dos ímpios, pois eles não buscam os teus decretos. 156 Grande é a tua compaixão, Senhor; preserva a minha vida conforme as tuas leis. 157 Muitos são os meus adversários e os meus perseguidores, mas eu não me desvio dos teus estatutos. 158 Com grande desgosto vejo os infiéis, que não obedecem à tua palavra. 159 Vê como amo os teus preceitos! Dá-me vida, Senhor, conforme o teu amor leal. 160 A verdade é a essência da tua palavra, e todas as tuas justas ordenanças são eternas. 

    Frequentemente, enfrentaremos situações que nos farão (ou pelo menos tentarão) nos fazer desesperar da vida (v.153). Aquelas em que “o chão some” de debaixo dos nossos pés. Podem ser diferentes daquelas que o salmista passa, mas duas coisas são iguais: (1) o efeito de desamparo em nossas vidas e (2) a fonte do nosso socorro. Isso, nunca mudará. A fonte, claro, é Deus, mas o Salmo 119 insiste em toda a sua extensão em nos lembrar: intimidade com a Palavra é a chave! “pois não me esqueço da Tua lei”. Muitas situações difíceis podem ser resolvidas quando cremos corretamente e obedecemos diligentemente através da Palavra de Deus. A santificação vem dela, a sabedoria vem dela, o discernimento vem dela. Como negligenciar tamanha fonte de socorro?! E podemos continuar clamando (v.154) diante da injustiça, focados naquilo que o Senhor promete na Sua Palavra e não nas circunstâncias ao nosso redor ou em nós mesmos. A Palavra é Rocha, imutável e perene; as circunstâncias são como dunas de areia, móveis e ao sabor dos ventos. Ainda assim, que desafio é não colocarmos nossa confiança no lugar errado e sermos abalados pelas “dunas” em lugar de assegurados pela “Rocha”.
    Na verdade, ao olharmos ao redor, percebemos o desespero de causa naqueles que não tem o Senhor (v.155) e não em nós. O ápice deste desespero dos ímpios é colocado por Paulo em relação ao pós-morte. Ele nos diz, “Irmãos, não queremos que vocês sejam ignorantes quanto aos que dormem, para que não se entristeçam como os outros que não têm esperança. Se cremos que Jesus morreu e ressurgiu, cremos também que Deus trará, mediante Jesus e com ele, aqueles que nele dormiram.” (1 Ts 4.13-14). O “acaso” ou a humanidade é tudo o que eles têm. Que vida insegura, infeliz e desesperada. Nós contamos com a compaixão (v.156) do nosso Deus e Sua mão cuidando das nossas vidas, conforme prometeu! Estamos seguros e assegurados de que nossa vida não é uma sucessão de eventos aleatórios e ao acaso. Temos propósito! Temos um plano sobre nossas vidas! Temos um Deus que reina absoluto!
    Diante das lutas, de adversários, somos tentados a lutar com armas carnais, humanas. Nosso desafio é nos manter nos princípios da Palavra de Deus (v.157) independentemente do que e de quem esteja contra nós. Mateus 5 a 7 nos traz muito desta contra-cultura do Reino. Atitudes e posturas que não conseguiremos por nós mesmos; apenas serão possíveis através da Graça do nosso Deus. Ainda assim, é a cultura do Reino ao qual pertencemos. Se queremos a proteção, a segurança do Rei, precisamos nos curvar diante das normas e leis do Seu Reino. Uma coisa está atrelada à outra.
    E é reconhecendo que só conseguimos por causa da Graça que nos entristecemos com o que vemos ao nosso redor (v.158). Caso contrário, seríamos arrebatados pela arrogância de nos achar melhores do que os que andam sem Cristo. Não nos enganemos. Não somos melhores: CRISTO é muito melhor!
    Continuemos apenas amando a Palavra de Deus (v.159) como um mel doce para o corpo e como água para a boca sedenta e experimentaremos os efeitos práticos da real vida Eterna que já vivemos. Fomos chamados para esta vida, mas muitas vezes não a vivemos. Um andar em pecado e mentira, em injustiça e autossuficiência precisa ser crucificado a cada dia. E, assim, andando em verdade, na verdade da Palavra (v.160), experimentaremos os ventos e brisas da eternidade... mesmo que ainda deste lado do céu, debaixo do sol.

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