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Dia 01 de outubro de 2017

“Pode falar, Senhor, estou ouvindo”
Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a porta lhes será aberta. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta. Qual de vocês, se seu filho pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou se pedir peixe, lhe dará uma cobra? Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem! ” Mateus 7.7-11

    Oração funciona no século XXI? Diante do avanço da ciência e sendo cada vez mais cercados pela tecnologia, ainda precisamos orar? Chegará o dia em que poderemos apenas apertar um botão, ou melhor, apenas pensar e a tecnologia responderá aos nossos anseios e desejos?
    Pode parecer absurdo sequer cogitar tais pensamentos, porém, nem tanto. Na verdade, se formos sinceros, precisamos admitir que a modernidade tem se tornado um ídolo em nossas vidas. Quantas vezes já vi circustâncias em que a insegurança e o medo tomavam conta quando “as coisas” das quais aprendemos a depender falham!
    Assim, a pergunta é válida: Há futuro para a oração?
    Eu creio que a resposta está (além de primeiramente na Palavra de Deus) em nosso presente. Nossa atitude e ações hoje determinam e apontam ao mesmo tempo o que acontecerá no futuro. Isso no âmbito particular, individual, porque em um aspecto maior e geral é claro que a oração sempre será imprescindível porque assim o Senhor já determinou. Mas, na minha vida, pode tristemente ser diferente... caso eu não aprenda preciosas lições.
    E, isto é assunto para importante  hoje. Que se faz necessário tratarmos isso porque creio que a 

 declaração de certo homem de Deus está correta, nós, realmente somos a geração que desaprendeu a orar.
    Eis, portanto, alguns passos valiosos para sua oração que gostaria de deixar:

    1. Adoração: adorar a Deus antes de focalizar suas necessidades traz dupla honra à única Pessoa que pode com competência responder  às questões em sua vida. Adorar tira sua atenção da tempestade e das ondas e a coloca em Jesus!
    2. Confissão: após termos contemplado o tamanho e a santidade do nosso Deus, somos naturalmente levados a enxergar nossa pecaminosidade. Confessar, ou contar, nossos pecados a Deus é basicamente admitir que concordamos com a opinião dele e que queremos receber perdão.
    3. Ação de Graças: agradecer a Deus é um exercício, precisa de disciplina. Pedidos são fáceis de vir a nossa mente, mas gratidão... Por isso, precisamos separar tempo na nossa oração para dizermos “muito obrigado, Jesus!” . No mínimo, isso é uma questão de ser educado!
    4. Súplica: pedir parece ser a parte mais fácil, mas precisa ser feito com planejamento. Não adiante apenas pedir, se não sabemos o que realmente queremos. Aceite o desafio de orar com planejamento. Anote seus pedidos, coloque as datas e circustâncias. Compartilhe em família os projetos que afetam todos e vençam pela oração. Um outro detalhe: seja específico! Se você quer viajar de qualquer jeito, tudo bem, mas se você deseja ir de avião, peça! Caso contrário, você pode se encontrar saculejando numa boléia de caminhão, e de carona!
    5. Intercessão: este é o seu papel como sacerdote de Deus. É sua função de “estar na brecha” entre Deus e o enfermo, o perdido, o que busca paz, enfim, agir em favor de pessoas e circunstâncias. Quantas coisas deixaram de acontecer, apenas porque falhamos em nossa função de intercessores?
    A.C.A.S.I, não existem acasos, mas orando ACASI, podemos ser agentes da manifestação da vontade de Deus. Cooperadores do Deus Soberano!
    Deseja receber? Peça! Almeja encontrar as respostas? Busque! Quer que as portas se abram? Bata! Alternativas? Sinto muito, não existem. Este é o jeito de Deus. Vamos começar hoje?

    Nas Garras da Graça, Pr. Joversi Ferreira

Dia 22 de outubro de 2017

“Caminhando no Salmo 119 - 22”
    Tau (cada verso nesta sessão, começa em Hebraico com esta letra)

169 Chegue à tua presença o meu clamor, Senhor! Dá-me entendimento conforme a tua palavra. 170 Chegue a ti a minha súplica. Livra-me, conforme a tua promessa. 171 Meus lábios transbordarão de louvor, pois me ensinas os teus decretos. 172 A minha língua cantará a tua palavra, pois todos os teus mandamentos são justos. 173 Com tua mão vem ajudar-me, pois escolhi os teus preceitos. 174 Anseio pela tua salvação, Senhor, e a tua lei é o meu prazer. 175 Permite-me viver para que eu te louve; e que as tuas ordenanças me sustentem. 176 Andei vagando como ovelha perdida; vem em busca do teu servo, pois não me esqueci dos teus mandamentos.

    Que jornada maravilhosa nos proporciona o Salmo 119. E chegamos, por assim dizer, à última estação. 
    Neste trecho, o salmista começa clamando a Deus (v.169). E ele pede que sua oração chegue a Deus. É como se algo estivesse impedindo ou atrapalhando a comunhão dele com Deus. O resto deste primeiro verso nos dá o melhor orientação quando estamos fracos,  desanimados ou com qualquer problema em nossa disciplina de oração: ele se volta para a Palavra de Deus por discernimento. Bíblia e oração andam sempre juntas. Deus fala conosco, nós falamos com Ele.
    Ele continua na mesma linha e pede para que a resposta à sua súplica seja de acordo com a promessa de Deus (v.170); a qual está, claro, em Sua Palavra. Não devemos pedir nada a Deus, nem mesmo livramento, que não esteja em concordância com Sua Palavra. Que exemplo de submissão é este!
    Somado à oração e à Palavra, o salmista inclui agora a adoração (v.171). Uma adoração prévia, antes da resposta aos pedidos anteriores. Assim deve ser nossas orações de ação de graças. Dependendo de Deus antes mesmo de vermos a resposta do Senhor, pois Ele nos ensina assim em Seus decretos, conforme este verso termina. E é neste estado de adoração que ele continua (v.172) como alguém que deixou para trás suas preocupações pelas quais clamava. Repare que a Palavra é o conteúdo da canção. Quando cantamos as Escrituras, sempre cantamos algo certo e “justo”.
    Mas, isso não significa que o salmista deixou de necessitar do auxílio do Senhor. Ele de novo pede pela mão ajudadora do Senhor (v.173). Este equilíbrio entre o descanso da adoração e a dependência do pedir é extremamente saudável. E ainda reforçado pela constante referência na Palavra. Por exemplo, este pedido pela mão ajudadora do Senhor está ligado à obediência à Palavra. Não por mérito, mas por lógica. Deus se inclina aos contritos e aos que tremem diante de Sua Palavra, mas do que teme aos homens.
    E assim ele continua. Ele não recorre a outros, mas anseia pelo agir de Deus em seu favor (v.174), enquanto não perde de perspectiva o prazer que vem da Palavra. Quantas vezes uma versão de ansiedade independente de Deus faz exatamente o oposto, isto é, nos afasta dEle e de Sua Palavra. Mas, não o salmista. Ele volta a pedir pela sua vida (v.175) para que, uma vez debaixo do livramento de Deus, ele possa louvá-lo. Enquanto espera, há um poder que vem da Palavra de Deus, o qual seria o suficiente para sustentar ao salmista na espera. 
    Oh, quantos exemplos de dependência inter-relacionados com a Palavra de Deus. Busca, dependência, descanso da ansiedade, um bom anseio pelo agir de Deus e assim por diante. Como precisamos dessa atitude sobrenatural em nosso caminhar.
    Assim, podemos terminar como o salmista. Terminar reconhecendo os caminhos difíceis pelos quais estivemos andando (v.176); tal como uma “ovelha perdida”. Mas, podemos confiar no Bom Pastor que vem nos buscar. E, ainda mais maravilhoso, por causa de Sua Graça, afirmar “não me esqueci dos Teus mandamentos”.
    Que esta longa jornada completamente pavimentada e coberta pelos mandamentos, decretos, leis e estatutos de Deus, isto é, pela Sua bendita e eterna Palavra... que ela possa sempre terminar na confiança do cuidado do Deus que não deixa de nos buscar.
    Amém!

Dia 15 de outubro de 2017

“Caminhando no Salmo 119 - 21”
    Shin/Sin (cada verso nesta sessão, começa em Hebraico com uma destas letras)

161 Os poderosos perseguem-me sem motivo, mas é diante da tua palavra que o meu coração treme. 162 Eu me regozijo na tua promessa como alguém que encontra grandes despojos. 163 Odeio e detesto a falsidade, mas amo a tua lei. 164 Sete vezes por dia eu te louvo por causa das tuas justas ordenanças. 165 Os que amam a tua lei desfrutam paz, e nada há que os faça tropeçar. 166 Aguardo a tua salvação, Senhor, e pratico os teus mandamentos. 167 Obedeço aos teus testemunhos; amo-os infinitamente! 168 Obedeço a todos os teus preceitos e testemunhos, pois conheces todos os meus caminhos.


    Na penúltima parte do Salmo 119, o salmista continua os supostos absolutos da experiência humana (tal como havia feito com “mestres e idosos” como mais sábios e “pessoas prósperas” como mais tranquilas) e fazendo comparações com a realidade de quem vive debaixo do absoluto da Palavra de Deus.
    Neste trecho, ele começa declarando que pessoas com poder (autoridade) o perseguem injustamente (v.161). Uma situação de medo para a maioria das pessoas, se torna uma declaração de que, mais do que o temor dos homens, ele teme a Palavra de Deus. Claramente, ele não se refere a algum misticismo ou a tratar o “livro” (a Bíblia) com medo; antes, se trata do temor ao Deus desta Palavra, o qual confere ao seu conteúdo o seu poder. Ela que determina nosso andar em justiça e expõe nosso pecado. E diante das suas promessas, encontramos a alegria eterna que as coisas deste mundo, as conquistas deste mundo só podem tentar emular e imitar, mas nunca reproduzir (v.162). Isto faz o salmista comparar estas promessas da Palavra com a maior alegria de uma batalha vencida: os despojos retirados dos inimigos vencidos. 

    Tais promessas são a expressão da realidade e da verdade e não falsificações de felicidade que deveriam nos trazer desgosto (v.163) em comparação com a alegria real que encontramos nas verdades da Palavra de Deus. Abandonemos as sombras deste mundo! A realidade é Cristo revelado em Sua bendita Palavra! As ofertas do pecado são miragens no deserto; as promessas de Cristo são um real e abundante oásis!
    “Sete vezes” não se trata de um número místico ou uma fórmula a ser seguida (v.164). Não se trata de um número literal de algum ritual. “Sete” nas Escrituras é o número de Deus, o número de algo perfeito, no qual nada precisa ser adicionado. O louvor perfeito vem de uma vida impactada pela absoluta justiça encontrada nos ensinamentos de Deus. Olhamos ao nosso redor e vemos depravação e injustiça; algo que pode trazer até desespero. Mas, na revelação de Deus encontramos motivo de adoração, de paz e de estabilidade (v.165). Oh, o que mais pode nosso coração querer desde que ele dê às costas a este mundo e suas ofertas?
    A vida com Cristo não é monótona e tediosa como este mundo deseja apontá-la. É um ciclo seguro de obediência e salvação (isto é graça); às vezes, salvação mesmo em meio à desobediência (isto é misericórdia). O salmista aguarda a salvação de Deus quanto aos seus inimigos e ilustra como nos demais versos: “pratico os teus mandamentos”, “obedeço aos teus testemunhos”, “amo-os infinitamente”, “obedeço a todos os teus preceitos e testemunhos”... Essa linguagem (aparentemente) repetitiva é, na verdade, uma expressão de convicção e entusiasmo com estas verdades que podem ser unificadas como tendo o mesmo significado: A OPINIÃO DE DEUS ME INTERESSA MAIS DO QUE QUALQUER COISA. E é na Palavra que encontramos esta “opinião”: a mente de Deus.

         A razão derradeira para o salmista fazer isso é porque ele serve a um Deus próximo, que conhece todos os seus caminhos. Um Deus com quem temos familiaridade. Ou melhor, um Deus que é familiarizado conosco, no mais íntimo, profundo e completo sentido.
    Cada membro do “povo da Palavra” tem uma escolha nos contrastes do salmista no Salmo 119. Você se limitará aos mestres e anciãos, irás aspirar ser como as pessoas prósperas e os poderosos... ou se alegrará com a vida (realmente) próspera dos que servem e vivem com alegria debaixo das promessas deste Deus maravilhoso?

Dia 29 de outubro de 2017

IGREJA REFORMADA, SEMPRE REFORMANDO

    Em 31 de outubro de 1517, 500 anos atrás, o monge agostiniano Martinho Lutero fixou suas 95 teses na porta da catedral do castelo de Wittenberg na Alemanha. Aquilo que tinha como objetivo confrontar e trazer ao debate os desvios teológicos e da prática da igreja romana terminou como sendo o estopim da Reforma Protestante. E o mundo nunca mais seria o mesmo.
    Hoje, quase a totalidade das igrejas não-católicas devem sua existência à Reforma. Mesmo aquelas que não queriam admitir, tem sua origem traçada direta ou indiretamente a este fato.
    Mesmo diante de controvérsias, os Batistas são um desses grupos. Após chegada da Reforma à Inglaterra, os Batistas surgiram dos Movimentos Puritano e Separatista na Inglaterra, durante o século dezessete. Esta é a posição defendida pelos principais historiadores batistas da atualidade. Logo, haviam dois grupos: os Batistas Gerais e os Batistas Particulares. Estes dois grupos, em princípio, se dividiram por conta da doutrina da Expiação. Os “Gerais”, crendo que na Expiação Ilimitada e os “Particulares”, ou, “Calvinistas”, na Expiação Limitada, ou ainda, Particular, dos Eleitos.
    Sendo os Gerais absorvidos por outros grupos, os Batistas Particulares (ou calvinistas) seguem sendo a linha histórica que levaria a homens como Henry Jacob, John Lathrop, Henry Jessey (os três primeiros pastores da primeira igreja batista), John Bunyan, William Carey,  Adoniran Judson, John Gill, Charles Haddon Spurgeon entre muitos outros.
    De parte dos reformados, os batistas divergem quanto ao pedobatismo (batismo infantil) e quanto ao aspersionismo (batismo onde apenas se joga água sobre a cabeça do batizando). Portanto, cremos que o batismo (por imersão de todo o corpo) é algo direcionado apenas para convertidos que tenham idade o suficiente para expor a sua fé.
    Porém, pontos fundamentais são comuns a todos os reformados. Entre eles, as Cinco Solas.
    Sola Scriptura ou Somente as Escrituras defende não apenas a inspiração da Bíblia, mas, principalmente a suficiência de toda a Bíblia. Não precisamos de nenhum complemento humanista ou “revelação religiosa”; já temos tudo o que precisamos na revelação escrita de Deus. (2 Tm 3.16, 17)
    Solus Christus ou Somente Cristo defende a suficiência da obra de Cristo para a salvação do perdido, bem como a centralidade na pessoa dEle em tudo, quer na Igreja, quer fora dEle. (Rm 11.33-36)
    Sola Gratia ou Somente a Graça defende que a salvação, bem como toda a vida cristã e a perseverança na salvação, se baseia unicamente na Graça de Cristo e nunca nos méritos do homem, nem em suas obras. (Ef 2.8-9)
    Sola Fide ou Somente a Fé defende que a justificação é somente pela graça somente por intermédio da fé somente em e por causa de Cristo. Na justificação a retidão de Cristo nos é imputada como o único meio possível de satisfazer a perfeita justiça de Deus. (Rm 1.17)
    Soli Deo Gloria ou Somente a Deus [toda] Glória defende que tudo o que somos e fazemos, tudo o que realizamos e nos tornamos tem como centro a glória do Criador, do nosso Deus; e nunca a nossa. (1 Co 10.31)
    Esses princípios podem parecer comuns a toda e qualquer igreja cristã, mas tal percepção não resiste a um exame mais próximo e detalhado. Mas, cabe nós, em nossas igrejas locais, a promovermos cultos, ministérios, hábitos e práticas que realmente ressaltem esse espírito reformado. O qual, obviamente, não foi inventado ou inaugurado há 500 anos uma vez que a Reforma nada foi do que um retorno ao padrão bíblico que estava obscurecido pelas trevas espirituais. 
    Mas, ainda hoje, quanto mais pregamos a Palavra, veremos se repetir a máxima da Reforma: Post tenebras, lux! - DEPOIS DAS TREVAS, A LUZ!

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