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Dia 10 de janeiro

Sem tempo?
Efésios 5
15 Tenham cuidado com a maneira como vocês vivem; que não seja como insensatos, mas como sábios, 
16 aproveitando ao máximo cada oportunidade, porque os dias são maus. 
17 Portanto, não sejam insensatos, mas procurem compreender qual é a vontade do Senhor. 
    As férias escolares e (para alguns) do trabalho parecem passar muito rápido. Nesse período, calculei que (em média) um aluno possui 150 horas livres a mais, sem contar nas horas de tarefas de casa que também ficam livres. Podemos chegar a algo em torno de 170 horas. Para os profissionais, o cálculo é maior ainda. Em jornadas diárias de oito horas, chegamos a cerca de 240 horas livres.
    Claro que aproveitamos esse tempo para aquela viagem, lazer ou outra atividade que nunca podemos fazer o resto do ano. Mas, será isso apenas a vida? Será que passamos o ano fazendo o que TEMOS que fazer e nas férias “damos o troco” fazendo o que QUEREMOS fazer? Como algum tipo de vingança pelos longos dias de “escravidão”?
    O primeiro problema com isso é que trabalho ou estudo aparecem frequentemente em nossas listas de pedidos de oração. Oramos para passar para aquela escola ou faculdade, para passar de ano, para passar naquele concursos ou sermos aprovados na entrevista de emprego. Oras, suponho que, então, sejam coisas boas, não? Ou alguém em sã consciência ora por mais problemas, desgraças ou coisas desgastantes? Creio que não. Assim, nossas atividades “obrigatórias” durante o ano são meios que Deus nos provê para crescermos, nos sustentarmos, mas também são CAMPOS MISSIONÁRIOS onde atuamos o ano todo. Alguns vão para as matas, outros para países distantes... nós vamos para as salas de aula, repartições, escritórios... Em resumo, são bênçãos!
    O outro problema é que mesmo durante o ano (continuação...) de tanto trabalho e estudo, nossa vida não pode, nem é resumida a isso. É imperativo que haja espaço para lazer e descanso. Além de alguma atividade física. Para tanto, disciplina e organização são fundamentais para fazer acontecer o que precisamos que aconteça. Sentar esperançoso ou planejar no reino dos “ah, se eu pudesse...”, simplesmente não resolverá nada! E dentre isso tudo, chegamos à área que ocupa geralmente o primeiro lugar das desculpas da falta de tempo: a coisas do Espírito. Eis aqui uma pequena lista dessas coisas inegociáveis para cada cristão:

►Tempo diário com Deus (devocional).

►Investimento espiritual na família.

►Aprimoramento pessoal na leitura de bons livros.

►Projetos de evangelismo pessoal.

►Servir aos irmãos na Igreja (cargos, funçoes, serviços...) e fora da Igreja (atender a necessidades, prestar socorro...).

►Servir ao próximo em geral.

    Querido irmão, se você vem há tempos criando desculpas para que TODAS essas coisas estejam presentes na sua vida e ao mesmo tempo lamenta o lento crescimento e a falta de conhecimento das Escrituras, então, você vem prejudicando a si mesmo. E HOJE a Palavra de Deus lhe adverte no nosso texto a não ser um insensato que não percebe que os dias de hoje são dias maus. Lhe adverte a assumir a disciplina de uma vida sábia e que aproveita cada oportunidade. O verbo do verso 16 (ἐξαγοράζω), significa literalmente “remir”, “comprar para a liberdade”, “liberar”. A ideia é que nosso tempo e as oportunidades da nossa vida estão (potencialmente) aprisionadas, cativas do desperdícios dos dias maus. Mas, a mente liberta pelo Evangelho possui a capacidade de enxergar isso e tomar outro rumo ao disciplinar a sua vida em decisões práticas que trarão Glória a Deus e crescimento pessoal nos propósitos de Deus para nossas vidas. No final... sem tempo? Será? Será mesmo? Ou apenas pecaminosamente insistimos em caminhos que a sabedoria do Alto já nos apontam como caminhos insensatos? Caminhos de morte? Tomemos, portanto, os caminhos da vida.

Dia 24 de janeiro

Será que sou desviado sem saber?

     Hebreus 10
24 E consideremos uns aos outros para nos incentivarmos ao amor e às boas obras. 
25 Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas procuremos encorajar-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia.

    “Eu era crente. Estou desviado.” - quem se engaja em uma conversa sobre sua fé, quem compartilha o Evangelho, dificilmente não ouvirá essas declarações de alguém. Somos uma nação cheia de desviados, desigrejados. Uma parte pequena (eu creio) convertida, uma enorme massa de perdidos que um dia frequentaram uma igreja.
    Os motivos da saída de cada um variam. Decepcionaram-se com pessoas, não “sentiram” que era o seu lugar, o nível de exigência foi demais, se “esfriaram” e por aí vai.
    Nós, muitas vezes, olhamos para muitos deles como “desistidores”, abandonadores, como alguém que pôs a mão no arado e olhou para trás (Lc 9.62). E mal paramos para pensar em como podemos estar em situações parecidas com as que levaram muitas dessas pessoas a se afastarem da Igreja do Senhor e até do Senhor da Igreja.
    Como diziam quando eu era garoto lá na Ilha do Governador, “Nada acontece de uma hora pra outra”; tradução: resultados são consequências de processos. Fazemos hoje o que decisões foram nos levando a fazer pouco a pouco.
    Assim, um desviado dificilmente era uma pessoa hiper piedosa, envolvida com as “coisas de Deus”, que cuidava da sua vida de relacionamento com Deus e, de repente, BUM! “Cadê ele? Onde está Fulano?”. “Você não sabe? Tá DESVIADO!” (leia com voz de sussurro)  :)

    É possível, mas é muito improvável.
    O mais comum é uma gradual erosão da vida espiritual. Mesmo se a pessoa ainda não é convertida, há uma diminuição gradual do interesse por aquilo que lhe está sendo oferecido. Eis aqui a razão porque muitas igrejas inventam toda sorte de entretenimento e eventos animados para manter as pessoas interessadas. Porém, na maioria das vezes, nem isso consegue.
    E quanto aos que são convertidos? A mesma erosão acontece. Pequenos passos fora, os quais, eventualmente, os colocam do lado de fora; e sem forças para voltar.
    Irmãos, Paulo admite a maldade inerente a e presente em nós (Rm 7.7-25), bem como nossa tendência ao mal e não ao bem. Somos como nosso quintal. Feche a porta dos fundos e deixe de ir lá por seis meses. É impossível que você retorne e encontre bromélias, orquídeas, canteiros podados e grama verdinha. Mato, ervas daninhas, afins é o que você encontrará. Se conseguir sequer enxergar seu quintal!
    Somos da mesma forma. A prática constante da presença de Deus, a oração, a leitura meditativa nas Escrituras, o servir ao próximo, o evangelismo pessoal, o estudo da sã doutrina, a mortificação da carne... isso é mais são disciplinas de alimento, exercício e descanso; os três elementos para se ter músculos fortes e saudáveis. Neste caso, músculos espirituais.
    Os cultos, EBD e demais reuniões da CBV também objetivam ajudar cada membro e participante a fortalecer sua vida espiritual em Cristo. Quando trocamos nossa presença em cada uma delas por nossa comodidade, estamos alimentando processos que levarão a consequencias: o resultado do desvio. Não necessariamente ou sempre este desvio será o abandono da igreja. Mas, o desvio de uma vida espiritual plena. Não é a presença apenas a desobediência ao texto de Hebreus 10.25; mas, o descuidado com a própria vida espiritual e, por consequência, a falta de zelo com nossas famílias e com nossa Igreja.
    Como sempre temos falado, o resultado de uma igreja saudável em 2026, 2036, 2046 ou além não é obra do acaso. Será, pela Graça de Deus, o resultado de processos de evitarmos qualquer desvio e nos manter firmes na cultura e na disciplina do Reino, para a glória de Deus.

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