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Dia 31 de julho de 2016

“SAI A CERIMÔNIA, ENTRA A VIVÊNCIA.”


 Gálatas 6
1 Irmãos, se alguém for surpreendido em algum pecado, vocês, que são espirituais, deverão restaurá-lo com mansidão. Cuide-se, porém, cada um para que também não seja tentado. 
2 Levem os fardos pesados uns dos outros e, assim, cumpram a lei de Cristo. 

    A questão que leva Paulo a escrever aos Gálatas é a influência de doutrinas judaizantes naquela igreja. As quais corrompiam o ensino apostólico e o papel da graça de Deus na vida do cristão. Faziam isso, buscando ligar salvação e santificação ao obedecer ao rito da lei do Antigo Testamento. Paulo chega a igualar isso a outro Evangelho.
    Em nosso texto acima, Paulo já está na parte aplicativa de sua epístola. Ele está dando aplicações a como devemos viver, agora que estamos na liberdade do Evangelho. Vejamos alguns fatos instrutivos no texto de Paulo.
    Primeiro, ele fala da responsabilidade para com o pecado de um irmão. Ora, todos nós pecamos. A questão é que os papéis se invertem durante a nossa vida. Podemos ser a parte transgressora, depois, podemos ser a parte que realiza a confrontação. Portanto, não se trata de um conselho motivador de arrogância, mas, sim, de humildade. 
    O pecado do irmão deve ser confrontado com mansidão. Mansidão não significa falta de firmeza ou ceder em caso de falta de arrependimento. Mansidão transmite amor com verdade. Não nega a santidade, nem se esquece do arrependimento. Mansidão não humilha, nem passa por cima. Não amolece diante do choro; apenas se compadece.
    O que não pode ser deixado de lado é a nossa responsabilidade. Se um pecado alheio é trazido a nosso conhecimento, devemos tomar isso como algo da parte de Deus. E, por causa disso, agir segundo a recomendação do resto do texto.
    Segundo, o termo “espirituais” não retrata uma superioridade ou maior maturidade (necessariamente). A ideia é daquele que está agindo “segundo o Espírito”, em contraste com aquele que está agindo “segundo a carne” e, portanto, caindo em pecado. Importantíssimo de ser lembrado é o fato de que andamos no Espírito por obra da Graça de Deus e não por mérito nosso. Nossos méritos causam é a nossa queda. E, assim, mais uma vez a humildade está embutida onde muitos veriam uma postura altiva. O que nos leva ao terceiro ponto.
    Terceiro, a ordem de confrontar vem com a ordem de auto-confrontar. Ainda no verso 1, Paulo adverte sobre a nossa própria fraqueza. Pode ser no mesmo problema que estamos tratando na vida do irmão, ou mesmo em outro. Mas, o fato é que somos suscetíveis e vulneráveis. Isso, além de reforçar nossa humildade na confrontação, deve nos tornar vigilantes para com nossas fraquezas.
    Costumo dizer que, em momentos diferentes, eu posso ser um fracasso em determinada área, enquanto o meu irmão é um campeão. Em outras áreas, podemos estar em pólos diferentes. O tempo passa. E aquela área onde eu caí pode, depois de restaurado, pode ser instrumento de Deus para ajudar pessoas. Ou seja, a auto-confrontação é um tremendo instrumento nas mãos do Senhor. De enorme valia pessoa e para outros também.
    Quarto, no verso 2, Paulo nos ensina sobre o companheirismo nas lutas. Existem momentos e circunstâncias que são demais para levarmos sozinhos. Para receber ajuda, algo imprescindível é a comunicação. Como dizem por aí, “Ninguém sabe o que o calado quer”. Muitas vezes, reclamamos da falta de apoio, mas desejamos que as pessoas sejam adivinhas e descubram sozinhas sobre nossos problemas. Queridos irmãos, “chore” e você será consolado. Por outro lado, também devemos estar atentos. Muitas necessidades são perceptíveis se tivermos o mínimo interesse e atenção à vida das pessoas ao nosso redor. E para as duas atitudes, precisamos conviver.
    Finalmente, quinto, o serviço ao próximo cumpre a lei de Cristo. Na última frase, Paulo dá o golpe no argumento dos judaizantes. É como se ele estivesse dizendo, “servir é superior a qualquer rito exterior”. Nem um, nem o outro nos justifica. Isso vem pela obra da Cruz de Cristo. Mas, o servir comprova a transformação interior em nós e colabora com nosso crescimento em maturidade.
    Assim, Cristo trocou o esforço sob a Lei pelo descanso de estar sob a Graça. Isso é verdade. Mas, se examinarmos, a lei de Cristo requer de nossos seres regenerados mais do que a Lei do Antigo Testamento pedia. Ritos externos podem ser falsificados. Não seriam aceitos por Deus, mas as pessoas ficariam bem diante dos demais. Porém, atitudes de serviço precisam nascer de um interior transformado. E isso, é impossível de falsificar.

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