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Dia 06 de março de 2016

“ALETHEIA”


    Nesta sexta, dia 04 de março de 2016, o brasileiro aprendeu um pouco de grego. A mídia falou aletheia (ἀλήθεια) para tudo quanto é lado. A palavra que foi traduzida por “a busca da verdade”, na verdade, significa apenas o substantivo “verdade”. Algo muito estranho que se busque no mundo de hoje, uma vez que, há várias “verdades”. Pelo menos para a mente pós-moderna. Claro que essa mente usa dessa relativização quando lhe convém. E neste caso, convém aos opositores do acusado que os fatos sobre seus crimes sejam tratados conforme a mais estrita verdade jurídica.
    Mas, para nós, a verdade que importa é a absoluta, a que vem de e que se sustenta por Deus. Ela é tão absoluta que o nosso Senhor foi igualado a ela, como sua própria personificação, “Respondeu Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim.” (Jo 14.6). Assim, Ele cancela qualquer dúvida sobre que tipo de verdade estamos falando. Essa verdade emana de Deus, nasce nEle e tem o caráter imutável de Deus para lhe corroborar. Eu posso confiar porque não será outra verdade daqui há algum tempo. Era verdade quando Jesus se identificou com ela há 2.000 anos, continua o sendo hoje.
    Porém, os homens não querem uma verdade que vá expor suas obras más, nem os intentos do seu coração, nem atrapalhar seus esquemas pessoais. Não querem se submeter à outra Verdade que não a que inventam para si mesmos. Quando Jesus, que é a Verdade, argumenta com Pilatos que, de fato, era um Rei, porém, de um reino não deste mundo e que viera para testemunhar da Verdade (Jo 18.37), ouviu “Que é a verdade?” (v.38). Perceba que há tanto tempo o homem em sua rebeldia consegue olhar a Verdade (literalmente) nos olhos e dar as costas a ela.

    Mas, nem todos os homens ficam em sua rebeldia para com a Verdade. Mesmo que suas inclinações contrárias à Verdade sejam um fato, não são, contudo, obstáculos definitivos para Deus. Quando Sua soberana vontade chama o pecador para Ele, a Verdade destrói todo sofisma e engano do pecado: “Quando vocês ouviram e creram na palavra da verdade, o evangelho que os salvou, vocês foram selados em Cristo com o Espírito Santo da promessa” (Ef 1.13). Então, aqueles que são alcançados pelo Evangelho podem continuar a ser atingidos pela Verdade de duas maneiras.
    Primeiro, através do Espírito da Verdade: “Mas quando o Espírito da verdade vier, ele os guiará a toda a verdade. Não falará de si mesmo; falará apenas o que ouvir, e lhes anunciará o que está por vir.” (Jo 16.13). O Espírito Santo, chamado aqui “da Verdade”, conduz o cristão, forma e molda sua consciência e fala na sua mente orientando-o sobre a Verdade. A fonte é infalível e confiável. Apenas precisamos discernir a voz dEle em nós. Isso vai crescendo à medida que andamos em Sua vontade e O obedecemos.
    E segundo, através da revelação escrita de Deus: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.” (Jo 17.17). Os ensinos, princípios e mandamento absolutos das Escrituras nos revelam a Verdade de Deus e como ela interage com a nossa vida aqui nesta terra. Não se tratam de pensamentos utópicos e etéreos. Muito pelo contrário! Jesus, a Verdade, viveu esta Verdade que deixou para nós. Ele não apenas morreu a nossa morte; Ele viveu a nossa vida para provar que o homem regenerado, mesmo em luta com o pecado (nosso caso), pode guiar sua vida por estes padrões de vida, atitude, pensamento e procedimento.
    Nem todas as investigações da polícia jamais conseguirão toda a verdade dos fatos e motivações por trás deste ou de qualquer outro crime. Justiça terá que ser feita (esperamos) com base na verdade limitada que puder ser apurada. 
    Por outro lado, mesmo na limitação desta carne, mesmo nos impedimentos desta vida terrena, o cristão pode nadar no oceano da Verdade de Deus. Pode ir cada vez mais fundo, afastando-se do raso da falsidade, dos subterfúgios, das mascaras e da mentira. E, assim, andar bem perto do seu Salvador, a Verdade encarnada que nos libertou da mentira e da falsidade.

Dia 20 de março de 2016

“A MENSAGEM CRISTOCÊNTRICA DE RUTE”


    O livro de Rute traz uma das histórias mais doces e meigas das Escrituras. Mesmo começando com fome, morte e amargura. Tenho absoluta certeza que daria um filme (ou série) belíssimo. E o interessante é que ele começa com notas dissonantes.
    A primeira nota dissonante é a fome sobre o território judeu. Fato que só poderia apontar para disciplina de Deus por causa de desobediência do povo (Dt 28.48). Deus havia prometido o oposto se eles guardassem a Sua Lei. A segunda nota dissonante é a família de Elimeleque (“Meu Deus é Rei”) depender de uma nação não temente a Deus para sua sobrevivência. Inclusive, Moabe era uma nação que havia oprimido a Israel durante o tempo dos juízes, período da história de Rute! A terceira nota dissonante é o casamento misto, i.e., com pessoas de outros povos e que (certamente) adoravam outros deuses. Malom e Quiliom, filhos de Elimeleque, casam-se com mulheres moabitas; algo proibido pela Lei de Moisés. Estrangeiros eram bem-vindos, e até se poderia casar com eles, desde que servissem a YAHWEH, o Deus de Israel. A quarta e última nota dissonante é as sucessivas mortes. Não existem coincidências. A morte do marido e dos dois filhos, deixando Noemi sozinha com suas noras é a mão do Senhor mudando a história para os Seus propósitos.
    Diante de tanto, resta a Noemi retornar para sua terra depois de mais de uma década. Então, as notas consoantes de Deus começam a soar na vida de Noemi. A primeira nota consoante foi Rute. Diante da possibilidade de voltar para sua família, ela decide ficar com Noemi. Um exemplo de fidelidade, de cuidado. Rute, inclusive, verbaliza uma das mais lindas promessas de amor da Bíblia (cf. 1.16-17). O coração de Noemi não percebia ainda, mas começava a experimentar ali a Graça de Deus e a participar mais intensamente dos planos de Deus.
    As feridas de Noemi eram tão graves que ela pede que troquem o seu nome (“Agradável”) para Mara (“Amarga”). O reconhecimento dela sobre sua situação, ainda assim, nos ensina algo: Deus está no controle do que nos causa amargura também (1.20). Não somos vítimas do acaso, nem do diabo; tudo está debaixo das mãos do Senhor.

    O capítulo 2 nos traz a segunda nota consoante quando Rute “casualmente entrou justo” na plantação de Boaz (2.3). Boaz (“Força”) era parente de Noemi e um homem bom e  justo. Ele trata Noemi com carinho e cuidado. Provê a ela o alimento, indo além da obrigação que tinha para com os pobres (Dt 24.29; Lv 19.9). O alimento havia sido providenciado na harmonia do plano de Deus.
    Ainda no capítulo 2, a terceira nota consoante chega quando Noemi descobre o nome do dono da plantação. Boaz, seu parente, era também um remidor ou resgatador (Lv 25.25-28; Dt 25.5-10). A ele cabia o direito e a responsabilidade de assumir Rute e manter a descendência do seu parente, o falecido marido dela. A expressão de Noemi já contrasta de um verso 20 (capítulo 1) para o outro verso 20 (capítulo2): “Seja ele abençoado pelo SENHOR, que não deixa de ser leal e bondoso com os vivos e com os mortos!”.
    A história continua e, passada a colheita, Noemi instrui a Rute como proceder de maneira proativa, mas, dentro da moral e da ética. A postura das duas mulheres é a quarta nota consoante. Deus age ao nosso redor. A nós, cabe colaborar dentro da vontade dEle ou atrapalhar agindo por nossa vontade. No fundo, nenhum dos planos do Senhor é impedido por nós. Porém, podemos fazer um enorme e difícil desvio ao seguirmos nossas inclinações em lugar da vontade dEle. Pois, então, tudo segue bem e Boaz reage positivamente para com o exemplo de Rute para com sua sogra e para com sua atitude para com ele.
    A derradeira nota consoante vem quando outro parente, à frente de Boaz no papel de resgatador, se recusa a cumprir o papel e transfere a responsabilidade para Boaz. Mal sabia ele o privilégio que estaria dispensando. Deus sela, desta maneira, o destino deles com a linhagem do Ungido, do Messias prometido. O nome do outro parente nem é citado; ele cai no esquecimento. Mas, de Boaz e Rute nasce Obede (“Servo”) e dali viria Davi , muito tempo depois, Jesus, o Messias.
    Não importa quão dissonantes sejam, em dado momento, as notas em nossas vidas. Tudo está sempre cooperando para o nosso bem e, o nosso bem, é a glória de Cristo. As vidas do livro de Rute seriam nada; com Cristo nos seus futuros, eram muito. Dentre todas as coisas, as narrativas bíblicas e as narrativas da nossa vida precisam ser cristocêntricas. A Ele deve ser dirigida toda glória. Ele é o nosso remidor, nosso resgatador. Ele nos livra da vergonha e nos chama de Seus. Ele é o nosso Boaz.

Dia 13 de março de 2016

"QUE INJUSTIÇA! (Sl 73)"

 

    Certamente você já se exasperou diante de tanta injustiça, de tanta gente de dando bem, mesmo fazendo o mal. Bem-vindo ao clube, você não está sozinho. Impotência diante da impunidade é algo que a maioria das pessoas já sentiu. Inclusive o autor do Salmo 73.
    Ele começa estabelecendo a certeza da bondade de Deus (v.1); deixando claro que o relato (na primeira parte) que se segue é a sua impressão das coisas e não a realidade provocada por Deus. E ele logo começa a mostrar que quanto a ele, ele quase tropeçou por focar sua atenção na vida dos ímpios (v.2). Chegando a invejá-los (v.3). E até a perder o senso da realidade ao achar que nem por sofrimentos e doenças eles passam (v.4-5); o que, obviamente, não é verdade. Mesmo os arrogantes e poderosos passam por sofrimentos; e.g., Faraó com a perda do seu filho primogênito.
    O salmista, então, destaca que a aparência deles era vestida de orgulho e violência (v.6). Porém, pior era o interior: maldades premeditadas, zombarias e coações (v.7-8). Pensaríamos que tais pessoas seriam odiadas? Mas, não. Na verdade, isso tudo atrai a admiração das multidões (v.9-10)! Mesmo que ele desafie o próprio Deus (v.11).
    Esses vão ficando cada vez mais ricos, sem nem mesmo se preocuparem (v.12). Outra vez, uma hipérbole que almeja destacar o sucesso deles.
    E o que isso tudo causa naquele que deseja andar em retidão diante de Deus? O primeiro defeito sobre nós é a perda de motivação pela própria retidão (v.13). Para que andar e ser correto? Segundo, uma visão errada do sofrimento, pensando ser ele ausente na bênção e sinal de maldição (v.14). Na sequência, o terceiro defeito, vem do verso 15 que pode ser entendido melhor como “Se eu falasse como eles”; isto é a perda da sua identidade. O quarto defeito, finalmente, é a perda do discernimento, do entendimento do que realmente esteve acontecendo com a sua mente (v.16). Uma espiral descendente, piorando cada vez mais. O resultado de muitos neste ponto é a depressão. Fruto de uma corrente de pecados, a qual está presa na ponta na quebra da confiança na soberania de Deus. Mesmo como bom, a confiança nEle não estava mais lá.
    Porém, pela Graça de Deus, Asafe não é lançado sozinho às suas confusões mentais. Ele não é abandonado no desespero e no desamparo. A presença de Deus é metaforizada pelo entrar no Santuário (v.17). O efeito oposto aos demais é logo indicado, “e então compreendi...”. Não se trata do gesto de mudança geográfica, não é apenas mudar de lugar. Não é para nós ir à “igreja”, ao prédio. Trata-se do voltar-se à revelação de Deus, À Sua Palavra. É importar a sabedoria das Escrituras, enquanto derramamos nosso coração perdido e confuso no cadinho da oração.
    Em um resumo de 18 a 20, Asafe sintetiza a volatilidade e insegurança dos ímpios. Sua aparência arrogante e seu interior maldoso não são obstáculos para o julgamento de Deus. Aqui ou na eternidade.
    Melhor ainda são os efeitos da nova percepção na vida do salmista. Primeiro efeito: reconheço o meu pecado e o confesso (v.21-22). Não tenho desejo de viver uma mentira e isso inclui declarar minha tola atitude anterior; meu pecado. Ele até se compara para com Deus como um animal irracional, isto é, incapaz de um verdadeiro relacionamento. O segundo efeito é a declaração confiante de que, mesmo nos dias de confusão espiritual, o Senhor nunca o abandonara (v.23-24). De fato, não fora isso, Asafe estaria ainda preso antes do verso 17, envolto nos defeitos de uma vida focada de maneira errada. O terceiro efeito é a declaração madura de descaso com as coisas que antes invejava e anseio pelo que é eterno (v.25-26); em particular, pelo próprio Deus! Nem mesmo nossa saúde é mais preciosa do que a presença, a companhia, a instrução e honraria de Deus sobre as nossas vidas. Uma vida centrada em Cristo é assim, “o viver é Cristo e o morrer é lucro” (Fp 1.21). Este mundo perde o brilho e o apelo. E assim, o pecado se torna algo estranho a nós, raro a nós, pela Graça de Deus.
    Asafe termina com o contraste final (v.27-28). Viver sem Deus é planejar a expectativa da destruição. Não é neutralidade; de fato, é estar debaixo da ira de Deus e, eventualmente, sofrer o peso desta ira. Viver com Deus, por outro lado, além de bom, além de aprazível, também provê um vida de segurança nEle. Como não nos comprometermos a proclamar todos os feitos deste maravilhoso Deus? A injustiças deste mundo são empalidecidas diante do Sol da Justiça que pra sempre brilhará (Ml 4.2) . 

Dia 27 de março de 2016

"FOI CRISTO UM MÁRTIR?"

 
    Quando eu era garoto (século passado), se cantava muito uma música que dizia “Ele veio ao mundo para ser mártir da paz...”. Até que um dia, nosso pastor nos alertou sobre o equívoco daquela letra.
    Mártir é “Uma pessoa que se sacrifica por uma crença, por uma fé, ou por outra pessoa”. Por isso, chamamos os milhares e milhares de cristãos, irmãos nossos, que morreram por Cristo, de mártires. Mas, não Jesus. Ele é a própria crença; nEle está a nossa fé; e Ele não poderia morrer por Si mesmo.
    De semelhante forma, “da paz” é uma definição equivocada. A morte de Cristo não objetivava uma “paz” como um termo genérico. Não era paz de espírito, nem paz entre povos, nem paz alguma. Ele morreu para ser o sacrifício substitutivo pelos pecados daqueles que creriam nEle como seu Senhor e Salvador pessoal, evidenciando isso pelo arrependimento e fé nEle mesmo.
    Mas, não acredite nas minhas palavras; veja a Palavra.
    At 2.23 “Este homem lhes foi entregue por propósito determinado e pré-conhecimento de Deus.” – A morte de Cristo estava planejada e pré-ordenada pela soberania de Deus. Não houve surpresas; houve plano, propósito e execução. Como disse Calvino, “Antes que houvesse luz, havia Cruz!”. 
    Ap 13.8 “Cordeiro que foi morto desde a criação do mundo” – A descrição de João coloca a morte de Cristo como um evento inicial do tempo e espaço; antes mesmo da Queda do homem em Gênesis 3! Dessa forma, sobre a manjedoura do pequeno bebê Jesus, já havia a sombra de uma cruz.
    Porém, alguém pode argumentar que esses textos apenas apontam para o antes, mas nada dizem sobre o estado emocional e volitivo de Jesus. Nada falam sobre Sua disposição e atitude. Então, vejamos...
    Jo 17.4 “Eu te glorifiquei na terra, completando a obra que me deste para fazer.” – A missão de Cristo era cumprir a vontade do Pai, do nosso Deus, e essa vontade incluía a salvação dos homens. Uma vida piedosa é uma vida vivida para a glória de Deus. E ninguém ousaria dizer que o Senhor Jesus não é o exemplo supremo disso. 
    Jo 10.15 “e dou a minha vida pelas ovelhas.” – O bom Pastor deixa claro que estava trocando (substituindo) Sua vida pelas vidas de Suas ovelhas. Ele entende que não há termos alternativos; este é o único termo aceitável diante da justiça de Deus.
    Jo 10.17 “Por isso é que meu Pai me ama, porque eu dou a minha vida para retomá-la.” – E ainda, Ele deixa explícito que o Pai o amava por causa de Sua auto-doação. Tal amor não faria sentido se houvesse alguma obrigatoriedade ou imposição do Pai ao Filho. Amor de Deus é geral, mas também é específico. Somos amados em geral, mas somos Amados do Pai, em particular, por nossa obediência e submissão em amor e gratidão. O texto termina ainda dizendo que Jesus dá a Sua vida e Ele mesmo a retoma! Na verdade, na sequência do texto...
    Jo 10. 18 “Ninguém a tira de mim, mas eu a dou por minha espontânea vontade. Tenho autoridade para dá-la e para retomá-la. Esta ordem recebi de meu Pai” – Jesus encerra qualquer dúvida. Ele afirma categoricamente que ninguém poderia matá-lo apenas por querer. Perceba: se sou um assassino ou um executor. E desejo encerrar a vida de alguém e tenho os meios para tanto. Só depende da minha vontade se alguém será morto ou não. Contudo, toda a fúria dos judeus e poder dos romanos não era suficiente para produzir a morte de Cristo. Aconteceu, porque Ele assim o quis. Neste “ninguém”, podemos voltar e reforçar que nem mesmo o Pai o forçou. Do começo ao final, tudo foi voluntariedade do Filho de Deus, do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. E, Ele completa, a autoridade de dar a Sua vida e tomá-la de volta Lhe pertencia.
    Um último texto me ocorre. Nele, Jesus esclarece a um dos Seus confusos discípulos que Ele não precisava da ajuda dele: “Disse-lhe Jesus: 'Guarde a espada! Pois todos os que empunham a espada, pela espada morrerão. Você acha que eu não posso pedir a meu Pai, e ele não colocaria imediatamente à minha disposição mais de doze legiões de anjos? Como então se cumpririam as Escrituras que dizem que as coisas deveriam acontecer desta forma?'” (Mt 26.52-54). Quantas vezes talvez nos perguntamos, “Por que ninguém o ajudou? Por que os zelotes, ao verem que Roma estava contra Ele, não se colocaram ao Seu lado? Por que alguém não apontou a loucura daquele julgamento e a farsa daquele veredito?”. E a resposta está em toda a Bíblia; particularmente, nos que vimos hoje aqui. Servimos a um Deus que é o Senhor da História. Tudo desde o começo estava sendo registrado nas Escrituras por causa do Messias, do Filho de Deus, do Redentor dos pecadores (Lc 24.25-27), para que, hoje, olhássemos para a Cruz com a gratidão, compreendendo que não havia outra maneira, nunca houve dúvidas da parte dEle e que Ele se entregou aos cravos, aceitou de bom grado a coroa de espinhos, deu boas-vindas à Cruz.
    Não, Ele não é nosso “mártir da paz”. Por Ele somos entregues à morte todo dia, por Ele podemos ser martirizados até. E tudo isso, porque Ele conquistou a nossa “paz com Deus” (Rm 5.1). A única coisa que podemos chamá-lO usando “da paz” é de “Príncipe”, o nosso Príncipe da paz!

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