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Dia 27 de setembro

Você foi alcançado pela Verdade... mas, ela lhe define? Lhe impulsiona?

    “Se você correu com homens e eles o cansaram, como poderá competir com cavalos? Se você tropeça em terreno seguro, o que fará nos matagais junto ao Jordão?
 (NVI)
“Se te fatigas correndo com homens que vão a pé, como poderás competir com os que vão a cavalo? Se em terra de paz não te sentes seguro, que farás na floresta do Jordão?”  (ARA)
— Jeremias 12.5

    Não importa quais sejam as pequenas diferenças que os tradutores encontraram neste versículo quando examinaram o original em hebraico. A verdade permanece a mesma: VOCÊ ESTÁ PREPARADO PARA LUTAR DE VERDADE?
    Não existe espaço para evangelho de faz-de-conta, para evangelho “à quilo”, para evangelho amador. Não quando se quer vitória de verdade, porque esta requer luta de verdade. O profeta Jeremias recebeu esta dura resposta de Deus quando começou a questioná-lo, mas não pelo questionamento em si, mas por não ser o que se esperava dele.

    É neste mesmo pensamento que nos fala o autor de Hebreus, “Quanto a isso, temos muito que dizer, coisas difíceis de explicar, porque vocês se tornaram lentos para aprender. 
    Embora a esta altura já devessem ser mestres, vocês precisam de alguém que lhes ensine novamente os princípios elementares da palavra de Deus. Estão precisando de leite, e não de alimento sólido! Quem se alimenta de leite ainda é criança, e não tem experiência no ensino da justiça. Mas o alimento sólido é para os adultos, os quais, pelo exercício constante, tornaram-se aptos para discernir tanto o bem quanto o mal.” (Hb 5.11-14)
    O lugar onde você se encontra hoje em sua vida com Deus é compatível com o tempo que você vem andando com Ele? É compatível com o investimento das pessoas em sua vida? É compatível com alguém que tenha um grande amor por Ele?
    Jeremias trouxe uma reclamação diante do Senhor e deve ter sido surpreendido pela resposta que recebeu. “Jeremias, você está achando difícil? Pois você ainda não viu nada! Prepare-se para o que vem adiante.”
    Prepare-se, cristão! Deus tem lutas diferentes para cada um, mas sempre cada vez mais desafiadoras. 
    “Na luta contra o pecado, vocês ainda não resistiram até o ponto de derramar o próprio sangue.” (Hebreus 12.4)

Dia 20 de setembro

Como a Pregação Expositiva impacta sua igreja na prática.

    Vivemos dias (ou décadas) de buscas instantâneas de crescimento de igreja. Ninguém ousaria dizer, mas no fundo, querem quantidade, sim! e qualidade, se possível. 
    Contudo, a Palavra é clara em dizer que “Deus deu o crescimento” (1 Co 3.6b). Deus! Não minha habilidade, nem o método revolucionário deste ou daquele pastor ou líder. E, para contarmos com este crescimento causado por Deus, temos que agir nas regras que Ele mesmo coloca para a vida da Noiva do Seu Filho. 
    Mesmo antes da Igreja existir, por todo Antigo Testamento, encontramos a advertência do papel central do estudo, da obediência, da fidelidade e da centralidade das Escrituras. Em Deuteronômio 6, Moisés adverte como aquelas palavras deveriam estar na cabeça do povo e eles deveriam passar para seus filhos. Asafe registra que observar tal seriedade com a Revelação escrita de Deus seria questão de vida ou morte, continuidade ou extinção para Israel (Salmo 78.1-8); ele mesmo reconhece o coração obstinado e infiel dos seus antepassados. Herança que eles e seus filhos bem poderiam compartilhar se não fossem moldados pela Palavra. Ao comissionar Josué, Deus deixa de lado quaisquer conselhos de administração, sociologia, psicologia... a palavra de Deus para Josué é determinada e clara, “Não deixe de falar as palavras deste Livro da Lei e de meditar nelas de dia e de noite, para que você cumpra fielmente tudo o que nele está escrito. Só então os seus caminhos prosperarão e você será bem-sucedido.” (Js 1.8).
    Com a Igreja, não poderia ser diferente. Jesus é a própria Palavra encarnada (Jo 1.1) e Suas palavras são vida (Jo 6.63). E Sua Igreja é chamada a receber essas palavras para sua própria sobrevivência nos últimos dias onde vivemos, os quais serão cheios de alternativas (2 Tm 4.2-4).
    Assim, dentre muitas coisas que constituem um investimento na centralidade da Palavra em nossas congregações, aquilo que emana do púlpito através da pregação é de fundamental papel. Muita coisa boa, muitas vezes, é dita dos púlpitos; mas, muitas coisas ruim também. Em grande parte, as mensagens tem usado a Bíblia como trampolim de suas próprias ideias e ensinos motivacionais. Os quais melhor seriam descritos como “mortivacionais”, pois não geram a vida mística de Deus pelo meio de Graça que é a pregação. Na verdade, muito pelo contrário. Ao lado disso, a auto-ajuda e o determinismo tornam o homem o centro da mudança, mesmo que versículos sejam lidos e, obviamente, contrariam isso. O grande problema é quando tudo isso redunda em números. Os almejados números entorpecem qualquer senso crítico. Oras, para que mudar algo que está “dando certo”, não é mesmo?

     Mas, creio que não está, afinal, “dando certo”. As vidas estão animadas, acalmadas, agradadas... mas, não há conhecimento de Deus ao nível pessoal e pela instrumentalidade do veículo de transmissão da mente de Deus, isto é, as Escrituras.

     E então? O que a pregação expositiva tem a oferecer em contra-ponto?

     Dentre muito que se poderia destacar, primeiro, ela desenvolve um censo crítico no ouvinte habitual à medida em que vai tendo o seu entendimento das Escrituras apurado. E, desta forma, aumenta sua percepção quando lê as Escrituras por si mesmo.

     Em segundo lugar, “todo o conselho de Deus” é exposto mês após mês, ano após ano àquela congregação à medida que os livros da Bíblia vão sendo expostos um a um. Textos inteiros que a maioria nunca “tocaria” são abertos diante de suas mentes, com toda a grandeza da Palavra de Deus.

     Em terceiro lugar, por causa do ponto acima, questões difíceis que muitas congregações nunca analisam (porque seus púlpitos estão ocupados demais pregando o que pensam ser relevante) eventualmente dispostos para que todos possam ser confrontados por elas.

     E em quarto lugar, a forma de se analisar um pregador muda completamente. A congregação passa a compreender que o que lhe está deslumbrando não é a retórica envolvente ou as ideias mirabolantes de um homem. Não é a habilidade dele. Obviamente, um expositor competente será preferido em comparação a um que não se “gasta na Palavra” como bem deveria. Contudo, com a maturidade, o que atrai esta congregação não é uma personalidade, mas, sim, a Persona por trás. Ou seja, a viva Palavra de Deus nos maravilhando (Salmo 119.18).

     E isto são apenas alguns pontos de muito que se poderia dizer dos benefícios da pregação expositiva. A qual, sim, é trabalhosa. A qual, sem dúvida, requer mais tempo do pregador. A qual, claramente, aumentará a necessidade de preparo extra, além da pregação, por parte do pregador. Mas, em troca, este pregador receberá uma consciência livre de quem está abordando a Palavra de Deus com a referência e o respeito que ela merece. Ao ponto de estar disposto a se tornar invisível e imperceptível escondido atrás do brilho da Eterna Palavra do Deus Vivo, meio de graça, vida e transformação.

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